Em meio a confronto, servidores da educação são retirados de Câmara do Rio
Os profissionais da rede de educação do Rio foram retirados à força pela Polícia Militar do plenário da Câmara Municipal na noite de sábado (28), onde estavam desde a última quinta-feira (26). Por volta das 11h de hoje, cerca de 70 profissionais da educação ocupavam a lateral da Câmara, sendo que alguns estavam acampados.
Segundo a PM, houve confusão na noite de ontem e ao menos três professores foram encaminhados para a 5ª DP (Mem de Sá), no centro da cidade. Eles foram liberados durante a madrugada.
Na manhã de hoje, alguns seguravam cartazes nas redondezas da Câmara. Um deles dizia: "Luto Educação: qual sociedade queremos formar?". Os profissionais disseram que durante a madrugada a PM tentou retirar quem estava acampado no local.
Os servidores querem impedir a votação de um plano de cargos e salários da categoria, que está na pauta da Casa.
De acordo com relatos de pessoas que estavam dentro da Câmara ontem, os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra os manifestantes do lado de fora da casa. Eles revidaram lançando objetos. Após a expulsão dos professores, a tropa de choque cercou todas as entradas.
Pelo menos, quatro pessoas foram encaminhadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro.
"Nós fomos expulsos à base de porrada, teve gente pisoteada, professor que levou choque", dizia uma das professoras, do lado de fora. "Tivemos de descer por escadas que estavam bloqueadas, passando pelo gás que eles jogaram."
Os servidores afirmavam ainda que alguns de seus colegas haviam ficado presos dentro do prédio.
Os policiais foram ao local após a mesa diretora da Câmara enviar ofício ao comandante-geral da PM pedindo ajuda para desocupar o plenário.
Os bares da Cinelândia, região em que fica a Câmara (no centro do Rio) cerraram as portas na noite de ontem por conta do tumulto. Do cinema Odeon (a 100 m da Casa), onde acontecem sessões do Festival do Rio, era possível ouvir muitas bombas estourando.
Em nota, a PM informou que o comando da polícia "tentou durante todo o período de ocupação uma forma de entendimento, mas não houve acordo. A PM cumpriu a determinação da Justiça".
Gesa Correa, coordenadora geral do Sepe, afirmou que o sindicato entrará com ação judicial contra a retirada. "A PM não podia tirar a gente de lá", afirmou.
Em nota, a Câmara informou que "durante os três dias de ocupação todas as tentativas de diálogo com os manifestantes, promovidas pelos vereadores e agentes da PM, foram esgotadas". Segundo a Cârama, foram quatro horas de conversações na sexta-feira e mais cinco horas no sábado.
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