Homenagem a Jango é uma afirmação da democracia, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (14) que a cerimônia de homenagem em memória de João Goulart (1919-1976), o Jango, é "uma afirmação da nossa democracia".
"Essa cerimônia que o Estado brasileiro promove hoje com a memória de João Goulart é uma afirmação da nossa democracia. Uma democracia que se consolida com este gesto histórico", disse Dilma pela sua conta no Twitter.
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Dilma também destacou em sua conta que "hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história". "Como chefe de Estado da Republica Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstância ainda a serem esclarecidas por exames periciais."
A viúva de João Goulart e ex-primeira-dama, Maria Thereza Fontella Goulart sentou entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhar a cerimônia. Ao lado de Dilma estava o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente Fernando Collor de Melo. Familiares de Jango e demais autoridades políticas participaram da cerimônia em Brasília. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não compareceu, pois se recupera de uma diverticulite.
Após as honras militares fúnebres --concedidas a chefes de Estado--, às quais Jango não teve direito quando morreu, Maria Thereza Fontella Goulart recebeu a bandeira brasileira que estava em cima da urna com os restos mortais do presidente. A urna partiu às 7h50 desta quinta do aeroporto de São Borja (a 581 km de Porto Alegre), em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), com destino a Brasília.
No mesmo horário, 11 familiares e a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) foram levados em um avião militar à base aérea de Santa Maria, de onde seguirão para Brasília a bordo do avião presidencial. Segundo informações da Força Aérea, a pista do aeroporto de São Borja não comporta tal aeronave.
EXUMAÇÃO
Depois de mais de 18 horas de trabalho, terminou no meio da madrugada de hoje a exumação do corpo do presidente Jango em um cemitério na cidade gaúcha de São Borja.
A exumação do corpo, feita a pedido da família, é para tentar identificar as causas da morte, ocorrida quando o ex-presidente vivia no exílio, na Argentina. Na época da morte, há quase 37 anos, não foi realizada autópsia.
Deposto pelo regime militar (1964-1985), Jango morreu de infarto, segundo relato oficial. A família e o governo suspeitam de envenenamento, em possível ação coordenada entre as ditaduras da época no Cone Sul.
A exumação foi acompanhada por técnicos, familiares de Jango e autoridades, como os ministros Maria do Rosário e José Eduardo Cardozo (Justiça). Em Brasília, está programada para às 10h de hoje uma cerimônia com a presidente Dilma Rousseff.
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