Valério vai se apresentar assim que mandado de prisão for expedido, diz advogado
O advogado Marcelo Leonardo, defensor de Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado a 40 anos de prisão no esquema do mensalão, disse que seu cliente deverá se apresentar tão logo o mandado de prisão seja expedido e esclarecida toda a burocracia desse momento.
"É claro que ele [Valério] vai se apresentar. Ele próprio disse que, havendo o mandado, quer se apresentar imediatamente", disse Leonardo, para quem a questão ainda estava um tanto confusa ao fim da sessão desta quarta-feira (13) do Supremo Tribunal Federal (STF).
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O advogado evitou comentar as decisões dos ministros do STF. Leonardo disse somente que as prisões imediatas não eram esperadas porque a sessão seria para analisar os embargos, que são os recursos apresentados pelos advogados dos réus.
Marcelo Leonardo não confirma se é do interesse do seu cliente cumprir pena no presídio Promotor José Costa, em Sete Lagoas, a 80 km de Belo Horizonte. Para isso, Valério transferiu o seu título eleitoral de Belo Horizonte para Caetanópolis (MG). A mudança seria porque ele considera o presídio sete-lagoano menos perigoso e violento.
Para mudar a sua zona eleitoral, Valério adotou como endereço a fazenda que diz ter arrendado em Caetanópolis desde 2007. A propriedade rural fica a cerca de 120 km de Belo Horizonte e a 40 km de Sete Lagoas.
A Justiça e o governo mineiro, que cuida do sistema carcerário, costumam definir o local da prisão perto do domicílio do réu. Leonardo, porém, diz não ser tarefa de preso definir o local onde ficará detido. Leonardo não comenta os temores de Valério, que estaria com receio de cumprir pena em um presídio com detentos considerados violentos. Esse local poderia ser, por exemplo, o presídio Nelson Hungria, onde cumpre pena o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes.
O temor de Valério, conforme ele já havia manifestado a amigos, decorre dos três meses em que esteve preso, em 2008 e 2009, no presídio de Tremembé, em São Paulo. Ele relatou ter sido espancado por presos, que queriam extorqui-lo, pois era considerado famoso e rico.
SUPERLOTAÇÃO
Se é mesmo intenção de Valério ficar preso em Sete Lagoas, ele pode trocar uma cela individual da Penitenciária Nelson Hungria por uma cela coletiva, com 8 a 18 presos dividindo o mesmo espaço e uma única latrina. O presídio tem também superlotação.
Conforme informação da Secretaria de Defesa Social do governo de Minas Gerais, no final do mês de outubro o presídio tinha 422 presos homens e 31 mulheres. A capacidade é para 264 e 34, respectivamente.
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