Alckmin diz ver 'objetivo eleitoral' em parte das denúncias sobre cartel
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quinta-feira (12) ver "objetivo nitidamente político eleitoral" em parte das denúncias relativas ao cartel que agiu em licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Ele fez a afirmação ao contestar a tradução de uma carta anônima escrita em inglês e enviada em junho de 2008 ao ombudsman da Siemens, empresa que denunciou a existência do conluio e apontou irregularidades em licitações dos metrôs de São Paulo e Brasília.
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No inquérito do qual a carta faz parte, há também uma versão do documento em português, com o acréscimo de um parágrafo que aponta o PSDB como destinatário de propina. Tucanos têm tratado a diferença como evidência de que os documentos foram falsificados.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Governador Alckmin e secretário de transportes (de jaqueta clara) visitam as instalações da futura estação Adolfo Pinheiro |
"Primeiro havia uma carta anônima, depois se disse que a denúncia envolvia pessoas do PSDB. Depois foram verificar que o texto foi alterado. O texto em português foi modificado. Foi enxertado o trecho com objetivo nitidamente político eleitoral", afirmou Alckmin.
O governador disse também que não tem receio de que as acusações contaminem sua campanha pela reeleição, em 2014. "Nós não temos preocupação eleitoral, nós temos preocupação com a verdade."
Alckmin disse concordar com o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, que defendeu ontem "ampla investigação" e prometeu punir tucanos se ficar comprovado o envolvimento deles com o cartel.
Reportagem da Folha de ontem mostrou que um ex-executivo da Siemens mencionou em depoimento à Polícia Federal dois secretários de Alckmin como destinatários de propina paga pelo esquema. "A Justiça é para todos, doa a quem doer. O que defendemos é investigação isenta, contra mentira, contra falsidade", disse Alckmin.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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