Alves e bancada do PMDB saem em defesa de Eduardo Cunha
Em reposta à estratégia do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), saiu em defesa do colega Eduardo Cunha (RJ) e classificou de "impossível" o isolamento do líder do PMDB, que representa uma bancada de 76 deputados. Alves afirmou ainda que "isso não passa pela cabeça do PMDB".
A fala ocorreu minutos antes da bancada do PMDB aprovar nesta terça-feira (11) uma moção de apoio a Cunha afirmando que os ataques ao líder representam "ataques ao PMDB" e que extrapolaram "o patamar da civilidade em quaisquer relações".
O Planalto tem trabalhado para isolar Cunha depois que ele protagonizou uma guerra verbal com petistas ao manifestar as insatisfações com o Planalto por conta das negociações da reforma ministerial e com a composição dos palanques regionais. O governo avalia que Cunha extrapolou a tornar públicas as críticas ao governo e também ao liderar a formação de um "blocão" de insatisfeitos com sete partidos da base aliada e um oposicionista para dificultar a vida do Planalto em votações.
Pedro Ladeira - 15.mai.2013/Folhapress | ||
Eduardo Cunha, líder do PMDB, no plenário da Câmara durante votação da MP dos Portos |
"Impossível se isolar o líder da bancada de 76 deputados federais. Pode haver dificuldades, estremecimentos, mas faz parte do jeito político, mas isolar o líder do PMDB isso não passa pela cabeça do PMDB", disse o presidente da Câmara.
A bancada do PMDB começou a discutir a crise com o Planalto no início da tarde. A primeira decisão foi a defesa de Cunha.
Questionado sobre os problemas com o Planalto e a frase da presidente Dilma Rousseff de que só há alegrias na relação com o PMDB, ele alfinetou o PT. "É só alegria mesmo. Lógico que num governo deste tamanho, numa relação entre dois partidos tão grandes tem problemas entre os partidos. Mas a relação com ela, eu acredito ser estável e muito boa", disse.
O presidente da Câmara que esteve reunido com o vice-presidente Michel Temer ao longo da manhã no Palácio do Jaburu e depois encontrou com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse que não houve avanços sobre a reforma ministerial.
VOTAÇÕES INCÔMODAS
Henrique Alves disse ainda que vai colocar em votação, na noite desta terça, pautas incômodas ao Palácio do Planalto. Uma é a convocação de uma comissão externa para investigar a suspeita de propina de empresa holandesa para a Petrobras. A outra é o Marco Civil da Internet, projeto que Dilma deseja que seja aprovado, mas que aliados ameaçam rejeitar. O governo defende a aprovação do texto do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) sobre o Marco Civil, espécie de Constituição da Internet, mas não diante da instabilidade com sua base na Câmara.
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