Segurança de delegações inclui 245 policiais de fora
Um grande aparato formado por policiais federais e militares brasileiros, além de representantes da polícia de cada um dos países que disputarão a Copa, acompanhará os deslocamentos de atletas e técnicos pelo Brasil.
Até o momento, 245 policiais estrangeiros foram designados, a convite do Comitê Organizador Local, para acompanhar seus países e estarão nas arquibancadas nos dias dos jogos. Fardados, poderão até auxiliar no contato com os torcedores.
Até agora 35 países (31 que participarão da Copa e 4 convidados) já confirmaram o envio de homens para o Mundial. Além deles, a Interpol, a Ameripol e a ONU também enviarão representantes. Eles atuarão sob a tutela da PF no Centro de Cooperação Policial Internacional e também dentro dos estádios, onde estarão com seus uniformes originais, o que permitirá sua identificação pelos torcedores estrangeiros.
Editoria de Arte/Folhapress |
A única exigência é que todos estejam desarmados. Caso realizem prisões no Brasil, isso deverá ser feito como qualquer cidadão, que, segundo a lei brasileira, pode dar voz de prisão diante de um flagrante. A segurança das delegações será de responsabilidade de ações conjuntas das Forças Armadas e da Polícia Federal.
Dentro de cada ônibus, com os jogadores, haverá um delegado federal brasileiro. Isso ocorrerá na chegada ao Brasil e nos deslocamentos de ônibus entre o hotel e os locais de treino e de jogos.
No entanto, a segurança das delegações não se limita à presença desses policiais. Diariamente, cem agentes internacionais se reunirão em Brasília, na Abin (Agência Brasileira de Inteligência), para discutir cada acontecimento nas cidades-sede.
Até a última quinta-feira (15), a inscrição para participar desse centro de inteligência ligado à Abin já previa a reunião de espiões de 50 países. Além das 32 nações que disputarão o Mundial, outras 18 –como Israel, China e Canadá- inscreveram-se para enviar, pelo menos, dois agentes cada uma.
No local serão divulgados resumos diários sobre a situação das 12 cidades em que ocorrerão jogos. Nessas ocasiões também serão discutidos pontos como o risco de manifestações.
Nesses encontros os agentes internacionais informarão as autoridades brasileiras do embarque de algum terrorista ou torcedor violento para o Brasil. "Trabalhamos com dois eixos, o risco e o impacto. Um ataque terrorista é improvável, mas o impacto seria catastrófico. Por isso, o terrorismo também entra na lista de prioridades", diz o delegado federal Felipe Seixas, responsável pela área de Grandes Eventos na PF.
EUA E INGLATERRA
O aparato da área de inteligência não se limita à central em Brasília. Entre os países que disputam a Copa, Estados Unidos e Inglaterra montaram equipes na tentativa de evitar problemas para seus atletas e até turistas.
Desde 2012, os americanos montaram dois centros: um em Brasília e outro no Rio. Ao todo, cerca de 45 agentes, entre integrantes do FBI (a polícia federal americana) e da CIA (agência de inteligência), cuidarão da segurança de americanos que estejam no país. Também está prevista a troca de informação com o setor antiterrorismo da PF.
Colaborou SEVERINO MOTTA, de Brasília.
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