Prefeito de Cuiabá nega envolvimento em esquema investigado pela PF
Alvo de busca e apreensão nesta terça-feira (20) em sua casa e em seu gabinete, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), negou participação em irregularidades.
Em nota, o prefeito informou que a busca da Polícia Federal visou verificar documentos sobre um empréstimo de R$ 3,45 milhões que ele tomou em 2012 da empresa Amazônia Petróleo, investigada na operação.
Segundo o prefeito, o empréstimo, ainda não pago, foi uma operação "formal e transparente", informada à Receita em suas declarações de Imposto de Renda.
A busca, segundo a nota do prefeito, também procurou informações sobre um contrato que a Prefeitura de Cuiabá fechou em agosto de 2013 com a Amazônia Petróleo para fornecimento de combustíveis.
Mendes disse que a contratação foi feita pelo critério de menor preço e visou "evitar a interrupção do abastecimento da frota de veículos" do município. Afirmou que a contratação durou quatro meses, foi "legal e emergencial" e resultou em economia ao erário municipal.
A nota não informa o valor do contrato, apenas o valor do combustível contratado (R$ 1,77 o litro de etanol e R$ 2,77 o litro de gasolina).
O prefeito disse "apoiar" as investigações da Operação Ararath, e disse que as informações "poderiam ter sido fornecidas" aos órgãos investigadores "caso tivessem sido solicitadas".
OPERAÇÃO
A operação Ararath, que teve sua primeira fase pública em novembro de 2013, investiga desvio de recursos e lavagem de dinheiro em Mato Grosso.
O suposto esquema em apuração envolve empresas de factoring (que compram, com deságio, recebíveis como cheques e promissórias), que teriam "lavado" recursos desviados e concedido empréstimos sem autorização do Banco Central. O suposto esquema teria movimentado R$ 500 milhões em seis anos.
Nesta terça (20), houve buscas também no apartamento do governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), que recebeu voz de prisão por posse ilegal de arma e pagou R$ 100 mil de fiança para responder em liberdade.
A operação, que já está na quinta fase, prendeu o deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), presidente afastado da Assembleia Legislativa, e o empresário Éder Moraes, secretário de Estado nas gestões Barbosa e de Blairo Maggi (2003-2010), atual senador pelo PR.
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