Pizzolato chega à Corte de Bolonha para julgamento sobre extradição
Graciliano Rocha/Folhapress | ||
Pizzolato chega em furgão da polícia (azul) para audiência na Corte de Bolonha, na Itália |
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato chegou nesta quinta-feira (5) à Corte de Apelação de Bolonha, na Itália, para participar do julgamento sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil.
Pizzolato está preso desde fevereiro na penitenciária de Sant'Anna, em Módena, no norte da Itália. Ele chegou à corte em um furgão da polícia, que tinha os vidros cobertos por cortinas, por volta das 14h20 (9h20 horário de Brasília). Vestindo uma camisa xadrez azul, o ex-diretor do BB foi levado à sala onde ocorrerá a audiência.
O destino de Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, será decidido por três juízes em uma sessão em que a situação dos direitos humanos nos presídios brasileiros deverá ser intensamente discutida.
Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato foi o único condenado no julgamento do mensalão a fugir do Brasil.
Para Michelle Gentiloni, advogado italiano contratado pelo governo brasileiro para atuar no processo de extradição, é "improvável" que os três juízes de Bolonha decidam hoje se o petista deve ou não ser extraditado. Segundo ele, o cenário mais provável é que haja um pedido de novas informações.
A defesa de Pizzolato tem enfatizado fortemente a situação dos direitos humanos no Brasil para evitar a extradição. Representantes da Procuradoria-Geral da República, da Advocacia-Geral da União e do Ministério da Justiça do Brasil estão em Bolonha para acompanhar o julgamento.
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CONDENAÇÃO DE HENRIQUE PIZZOLATO
CRIMES Corrupção passiva, peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro
PENA 12 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, mais uma multa de R$ 1,3 milhão
O QUE ELE FEZ Em 2003 e 2004, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil autorizou o repasse de R$ 73,8 milhões que a instituição tinha no fundo Visanet para a DNA, agência de publicidade do empresário Marcos Valério que tinha contrato com o BB e foi usada para distribuir dinheiro a políticos. Pizzolato recebeu R$ 336 mil do esquema
O QUE ELE DISSE Pizzolato afirmou durante o julgamento que o dinheiro que recebeu era destinado ao PT e foi entregue a um emissário do partido. Ele se queixou do fato de que outros executivos do banco autorizaram repasses de recursos do Visanet e não foram processados. Ele nega que o dinheiro tenha sido desviado para o mensalão
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