Decisão sobre extradição de Pizzolato fica para outubro
A Corte de Apelação de Bolonha adiou para outubro a decisão sobre a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
A razão do adiamento, segundo o advogado de Pizzolato, Alessandro Sivelli, foi a falta de informações sobre presídios brasileiros que poderiam receber Pizzolato. O petista continua preso.
Pizzolato está preso desde fevereiro na penitenciária de Sant'Anna, em Módena, no norte da Itália. Ele chegou à corte em um furgão da polícia, que tinha os vidros cobertos por cortinas, por volta das 14h20 (9h20 horário de Brasília). Vestindo uma camisa xadrez azul, o ex-diretor do BB foi levado à sala onde ocorreu a audiência.
Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato foi o único condenado no julgamento do mensalão a fugir do Brasil.
A defesa de Pizzolato tem enfatizado fortemente a situação dos direitos humanos no Brasil para evitar a extradição. Representantes da Procuradoria-Geral da República, da Advocacia-Geral da União e do Ministério da Justiça do Brasil estavam na audiência.
CARDOZO
Antes da decisão da Justiça italiana, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou que uma das "hipóteses" do governo brasileiro seria pedir à Itália um segundo julgamento de Pizzolato sobre suas condutas no mensalão, caso não ocorra a extradição.
De acordo com o ministro da Justiça, o Brasil pode pedir esse segundo julgamento, caso não ocorra a extradição. "Caso não seja concedida a extradição, uma das possibilidades que devem ser estudadas por nós é algo que está previsto no acordo, que a pessoa responda pelos crimes que praticou em julgamento no seu país. Ou seja extraditada, ou que se peça que ele seja julgado e não fique impune", disse.
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CONDENAÇÃO DE HENRIQUE PIZZOLATO
CRIMES Corrupção passiva, peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro
PENA 12 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, mais uma multa de R$ 1,3 milhão
O QUE ELE FEZ Em 2003 e 2004, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil autorizou o repasse de R$ 73,8 milhões que a instituição tinha no fundo Visanet para a DNA, agência de publicidade do empresário Marcos Valério que tinha contrato com o BB e foi usada para distribuir dinheiro a políticos. Pizzolato recebeu R$ 336 mil do esquema
O QUE ELE DISSE Pizzolato afirmou durante o julgamento que o dinheiro que recebeu era destinado ao PT e foi entregue a um emissário do partido. Ele se queixou do fato de que outros executivos do banco autorizaram repasses de recursos do Visanet e não foram processados. Ele nega que o dinheiro tenha sido desviado para o mensalão
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