Não haverá tolerância com atos de vandalismo durante a Copa, diz Dilma
Em discurso nesta quarta (11) em evento de inauguração das obras inacabadas do metrô de Salvador, a presidente Dilma Rousseff disse que não haverá "contemplação" do governo com atos de vandalismo durante a Copa do Mundo.
"Somos um país democrático, respeitamos os direitos das pessoas se manifestarem", disse a presidente, que completou: "Não teremos a menor contemplação com quem acha que pode praticar ato de vandalismo ou atingir o direito da maioria".
A presidente disse ainda que o governo federal irá "garantir a segurança de todos os turistas", brasileiros e estrangeiros.
Ontem (10), em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, a presidente criticou os "pessimistas" que "diziam que não teríamos Copa". Disse ainda que os gastos do governo com o Mundial representam para ela um "falso dilema".
"Tem gente que alega que os recursos da Copa deveriam ter sido aplicados na saúde e na educação. Escuto e respeito essas opiniões, mas não concordo com elas. Trata-se de um falso dilema", disse a presidente na TV.
Reportagem da Folha do final do mês passado mostrou que os gastos e os empréstimos do governo federal, dos Estados e das prefeituras com a Copa somam R$ 25,8 bilhões, segundo as previsões oficiais, o equivalente ao orçamento de um ano inteiro do Bolsa Família, programa de transferência de renda que atende 14 milhões de famílias.
No discurso em Salvador, ela também abordou o tema e afirmou que os gastos em saúde e educação entre 2010 e 2013 foram de R$ 1,7 trilhão, enquanto as despesas com os estádios foram de R$ 8 bilhões. Para Dilma, as críticas são "uma desinformação, pode ser isso, ou então é a tentativa de politizar uma coisa que não deve ser politizada".
A presidente também afirmou que o Brasil queria, sim, a Copa. "A outra acusação é que o brasil não queria a Copa. Eu tenho certeza que isso não é verdade. Eu vejo cada vez mais a recepção que é feita às seleções e a alegria do povo brasileiro com a nossa seleção", disse.
A cerimônia ocorre com baixa presença de público externo e com diversas cadeiras vazias.
Um grupo de 15 operários que ainda trabalham na outra frente de obras do metrô foi retirado de lá e levado para compor o público. Além deles, a plateia foi formada principalmente de políticos do Estado.
METRÔ
O metrô de Salvador, em obras há 14 anos, já consumiu mais de R$ 1 bilhão. Hoje (11), antes de discursar, a presidente e autoridades locais fizeram a viagem inaugural da linha, ainda em obras sob a responsabilidade do governo baiano.
Dilma percorreu um trecho de 4 km, de um total de 7,5 km a serem finalizados nas próximas semanas. Ainda serão necessários reparos em uma estação, além da interligação com um terminal de ônibus.
Para os baianos, o metrô entrará em operação nesta semana em fase experimental, funcionando somente fora dos horários de pico e operando a uma velocidade de 40 km/h -metade da normal. Nesta fase, o acesso aos passageiros será gratuito.
Em abril de 2013, o controle do sistema passou das mãos da prefeitura para o governo estadual, que fez uma parceria público-privada para tocar a obra.
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