Ato anti-Copa termina com confrontos, pessoas detidas e 11 feridos em SP
Um protesto contra a Copa do Mundo terminou em confrontos, pessoas detidas e ao menos 11 feridos nesta quinta-feira na zona leste de São Paulo. Um shopping chegou a fechar as portas durante a confusão e três estações do metrô tiveram o embarque restrito em alguns momentos.
Veja reportagem da CNN sobre os protestos em SP
Os confrontos começaram por volta das 10h e se repetiram algumas vezes entre o final da manhã e o início da tarde. Apenas por volta das 17h, o clima começou a ficar mais calmo, com a liberação do tráfego na Radial Leste e com a normalização das estações Tatuapé, Carrão e Belém do metrô, que operaram apenas para o desembarque em alguns momentos.
Segundo a Polícia Militar, um rapaz foi detido por dano ao patrimônio público e outro por levar um artefato. A PM não informou os nomes dos dois ou se eles já tinham passagem pela polícia. Eles foram encaminhados para o 52º DP (Parque São Jorge).
Ao todo, a PM aponta 33 pessoas detidas na capital paulista nesse primeiro dia de Copa. Além dos dois manifestantes, 29 jovens foram levados à delegacia após serem abordados no prédio da Unesp, na Barra Funda (zona oeste). Eles portavam, de acordo com a polícia, máscaras de gás, canivete e vinagre, e seguiam para um protesto no metrô.
O grupo foi levado para o 23º DP (Perdizes) para averiguação e liberado em seguida. A PM não informou o que eles faziam no local. Outras duas pessoas foram detidas na zona leste, sendo uma por resistência e outra por tráfico de drogas.
Os confrontos registrados na zona leste também deixaram ao menos 11 pessoas feridas, segundo estimativa das secretarias Estadual e Municipal de Saúde. Nove foram atendidas no Hospital Municipal do Tatuapé, com ferimentos leves, e já tinham sido liberadas no final da tarde.
Duas jornalistas da CNN também ficaram feridas e foram para o pronto-socorro da Vila Alpina. A correspondente Shasta Darlington e a produtora da emissora Barbara Arvanitidis deixaram a unidade ainda durante a tarde, após serem atendas.
CONFRONTO
O protesto começou por volta das 10h na frente da estação Carrão do metrô. Ainda durante a concentração, policiais militares afirmaram que os manifestantes teriam que liberar a rua Apucarana, na esquina com a Radial Leste, para a passagem dos carros. O grupo, embora pequeno, se recusou a deixar o local.
O Batalhão do Choque então avançou sobre os manifestantes usando bombas de gás e balas de borracha. Após o grupo ser "empurrado" pelos policiais militares para desocupar o local, os manifestantes começaram a revidar, jogando pedras contra a PM.
Após o confronto, um grupo de "black bloc" desistiu do ato em frente ao metrô Carrão e seguiu pelas ruas do bairro até a sede do Sindicato dos Metroviários, onde estava programado um ato contra a demissão de funcionários do metrô em razão da greve da última semana.
Segundo a PM, no trajeto até o sindicato, o grupo depredou carros, atirou pedras em casas e danificou equipamentos públicos. Logo que os "black blocs" chegaram na rua Serra do Japi, onde cerca de 4.000 metroviários se concentravam, houve outro confronto entre Tropa de Choque e manifestantes.
A exemplo do metrô Carrão, a PM tentou dispersar a manifestação. Os metroviários então correram para dentro da sede do sindicato e na rua só ficaram o grupo de "black blocs", que continuou a caminhar por ruas da região até fechar a Radial Leste, por volta das 13h50, na altura da avenida Salim Farah Maluf, por cerca de 20 minutos.
Já no meio da tarde, manifestantes voltaram a se concentrar na plataforma do metrô Tatuapé, onde teve novo confronto após a PM tentar liberar o local. Houve bombas de gás e balas de borracha.
Veja quando a PM barra uma das passagens à estação Tatuapé:
Com a aglomeração de manifestantes, a estação Tatuapé foi fechada e pessoas que precisavam usar o metrô foram impedidas de entrar e acabaram passando mal com o cheiro forte das bombas lançadas pela polícia no local. As estações Carrão e Belém também tiveram o embarque restrito na ocasião.
Os PMs tiraram das plataformas todas as pessoas, inclusive passageiros, e orientaram que fossem procurados ônibus ou outras estações para continuar a viagem. Os manifestantes então foram para a Radial Leste, que voltou a ser fechada, até por volta das 16h30.
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