PT já ouviu 'muito' da imprensa, mas é contra censura, diz Padilha
O candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, saiu em defesa do PT a empresários da comunicação nesta segunda-feira (25), em evento na zona norte de São Paulo. Em discurso de cerca de 20 minutos, Padilha defendeu a liberdade de imprensa e disse que ele e a presidente Dilma Rousseff "sempre manifestaram" posição contrária a qualquer censura do setor.
"A presidenta Dilma já disse que somos daqueles que preferimos o barulho da democracia, da crítica, ao silêncio da ditadura. E o PT já ouviu muito o barulho da imprensa", afirmou, citando episódios como "o pessimismo que se instalou antes da Copa", "a primeira eleição do presidente Lula" e o caso "Abílio Diniz" –sequestro do empresário em 1989 que chegou a ser creditado à legenda.
Em seu mandato, Dilma engavetou a proposta de regulação elaborada durante o governo Lula, de autoria do ex-ministro Franklin Martins (Comunicação Social), que tratava de normatizar o setor de radiodifusão. Na época, Martins defendeu também a criação de um Conselho de Comunicação para regular o conteúdo de rádios e TV.
A ideia tinha apoio de entidades que defendiam o "controle social da mídia", mas foi amplamente criticada por representantes do setor. Para eles, a agência abriria brechas para cercear o jornalismo e a dramaturgia.
A presidente é contra qualquer controle de conteúdo da comunicação, mas pode encampar, em um eventual segundo mandato, proposta de regulação econômica da mídia.
Mesmo questionado, Padilha não disse se é ou não a favor da regulação da imprensa sem censura. Ele também não citou o caso do mensalão, frequentemente citado por militantes petistas como caso em que houve "condenação" antecipada dos réus pela imprensa.
Aos empresários, o candidato afirmou que pretende, se eleito, elaborar um "tripé de desenvolvimento da comunicação" em seu mandato. Ele citou promessas já feitas para outras áreas: a implantação de um "Poupatempo Empresarial", para criação de empresas em até seis horas; o investimento em ferrovias e em internet rápida, para integrar o interior do Estado; e investimento em educação, com a criação de CEUs (Centros Educacionais Unificados) da juventude.
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