Brasil ficou 'infinitamente melhor depois de FHC', diz governador do PT
Defendendo a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) afirmou à Folha que o Brasil ficou "infinitamente melhor" depois dos governos petistas de Dilma e Lula e do tucano Fernando Henrique Cardoso.
"Podem falar dos erros do PT, mas o Brasil está infinitamente melhor. Assim como ficou infinitamente melhor depois de Fernando Henrique, para não dizer que eu acho que o Brasil começou com o PT", disse Wagner.
Dita em plena reta final das disputas estaduais e pela Presidência, a fala do governador baiano destoa do discurso utilizado pelo PT na campanha eleitoral, que credita ao governo FHC uma "herança maldita" de recessão, desemprego e submissão aos bancos.
Depois de ter sido "escondido" nas próprias campanhas tucanas em 2002, 2006 e 2010, o legado do ex-presidente voltou ao centro do debate nas eleições deste ano, sendo defendido pelo candidato a presidente Aécio Neves (PSDB).
Roberto Stuckert Filho 1º.nov.2013/Divulgação/PR | ||
Dilma e Jaques Wagner comparecem à cerimônia de inauguração da Via Expressa Baía de Todos os Santos |
MARINA
Jaques Wagner também elogiou a candidata a presidente Marina Silva (PSB), afirmando que ela é "qualificada".
Disse ser "um presente" a possibilidade de um segundo turno entre Dilma e Marina nas eleições presidenciais: "São duas mulheres que vieram da mesma caminhada de busca por justiça social, cada uma do seu jeito".
O governador falou em tom de "comemoração" o fato de os "segmentos conservadores" possivelmente ficarem fora do segundo turno.
A posição de Jaques Wagner vai de encontro, portanto, à propaganda eleitoral petista, que relaciona pessebistas a banqueiros. Para ele, Marina Silva não pode ser enquadrada como uma candidata do conservadorismo. "Por sua história, ela não é [conservadora]. Se ela vier a ser, é outra coisa", afirmou.
Apesar de ter conseguido se reeleger em 2010, o governo Jaques Wagner enfrenta má avaliação da população. Segundo pesquisa Ibope do começo deste mês, 55% consideram a gestão petista na Bahia como regular, ruim ou péssima. Só 6% a consideram ótima e 26%, boa.
O mesmo levantamento mostra o candidato do governador, Rui Costa (PT), atrás na disputa. Ele tem 24% ante os 46% de Paulo Souto (DEM).
ESTRATÉGIA DO MEDO
O governador baiano também criticou outra estratégia da campanha da presidente Dilma Rousseff, a de propagar o "medo" no eleitor sobre um possível governo de Marina.
Para ele, as pessoas não devem votar por medo, mas "por reconhecer que você pode ser melhor".
"Eu tenho maior carinho e respeito por ela, por isso acho que não tem que desqualificar. Ela não tem que meter medo a ninguém. As pessoas têm que comparar os projetos das duas", disse.
Apesar disso, criticou a falta de um projeto de governo consolidado da candidata do PSB: "[Marina] Não conseguiu apresentar um projeto, ela apresenta conceitos. Por isso, vou votar na Dilma".
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