Dilma e Aécio travam batalha de números da saúde em início de debate
O primeiro bloco do debate entre candidatos à Presidência promovido pela Band nesta terça-feira (14) foi marcado por uma disputa entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em torno de números sobre a saúde em Minas Gerais, Estado governado pelo tucano entre 2003 e 2010, e na esfera federal.
A presidente já havia sinalizado, em entrevista concedida antes do debate, que centraria ataques na gestão de Aécio à frente de Minas no encontro desta terça.
Dilma apontou que Minas Gerais não cumpriu o mínimo constitucional de investimento na saúde -12% do orçamento estadual-durante o governo de Aécio e que, dessa forma, ele "desviou" R$ 7,8 bilhões.
Os governos do PSDB em Minas só passaram a cumprir o investimento mínimo em saúde a partir de 2013. O mesmo ocorreu na área da educação, cujo mínimo constitucional é de 25% do orçamento.
Aécio creditou o baixo investimento à ausência de regulamentação sobre o tema, que permitia que cada Estado definisse quanto investir em saúde e educação.
A emenda 29, que estabeleceu o investimento mínimo nessas áreas, foi sancionada por Dilma em 2012.
No mesmo ano, o governo mineiro assinou um termo de ajustamento de gestão com o Tribunal de Contas do Estado em que se comprometia a fazer um aumento gradual dos investimentos em saúde e educação.
No acordo, foram fixados os percentuais de 9,68% e 10,64% para a saúde e 22,82% e 23,91% para a educação, definidos para os anos de 2012 e 2013.
Aécio, por sua vez, creditou os baixos investimentos em saúde na conta do governo federal.
A evolução das despesas federais no setor, porém, segue regra criada no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, que determina aumento de acordo com o crescimento da economia.
O ex-governador também se defendeu dizendo que Minas Gerais tem a melhor saúde da região Sudeste, segundo o SUS.
PROPOSTAS
No primeiro bloco, apesar do embate travado em torno da saúde, pouco foi falado sobre as propostas para a área.
Dilma questionou a opinião de Aécio a respeito do "Mais Especialidades", que a petista pretende implantar em um eventual novo governo.
O programa se trata de uma rede de clínicas com participação do sistema público, privado e de instituições filantrópicas, para possibilitar que consultas, exames, tratamento e cirurgias de pequeno e médio porte possam ser feitas mais rapidamente.
"O que eu quero é mais saúde, com mais investimento do governo federal. A sua proposta é a nossa proposta", respondeu o tucano.
No programa de Aécio, de fato, a proposta para melhorar o atendimento médico especializado é bastante semelhante à de Dilma: organizar e ampliar o acesso a consultas especializadas, exames e diagnóstico, com a construção de centros regionais de especialidade e o estímulo à abertura de consultórios populares.
"Parece que temos aqui dois candidatos de oposição, não há continuidade", atacou Aécio. "Lamento que não tenha feito ao longo do seu mandato o que propõe agora."
"Quem vê suas propostas agora pensa que o senhor é um candidato de situação", rebateu a petista.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade