Laranja mentiu ao citar propina para o PSDB, diz advogado de doleiro
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Augusto Figueirdo Basto, diz que é "mentirosa" a citação feita por um dos laranjas do esquema de que integrantes do PSDB também receberam propina.
O advogado entrou na Justiça com um pedido de acareação entre o laranja e o doleiro.
O laranja, Leonardo Meirelles, disse em audiência na Justiça federal nesta segunda-feira (20) ter ouvido o doleiro citar Sérgio Guerra –ex-presidente do PSDB que morreu em março deste ano– numa conversa telefônica.
Reprodução | ||
Youssef mostra equipamento que ele diz ter achado dentro da cela, na carceragem da PF em Curitiba |
Meirelles contou também que havia outro parlamentar do PSDB envolvido no esquema de suborno, que seria do Paraná.
A Folha revelou na última quinta-feira (16) que o nome de Guerra havia sido mencionado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada como beneficiário de R$ 10 milhões.
O senador e então presidente do PSDB teria recebido o montante para ajudar a esvaziar a CPI da Petrobras em 2009.
A reportagem da Folha sobre Guerra não fazia menção a Youssef.
Segundo Figueiredo Basto, Meirelles não conhecia o doleiro na época da CPI da Petrobras ou mesmo no ano seguinte. "O Leonardo disse em depoimento à polícia que conheceu o Alberto Youssef em 2012. Ou ele mentiu na polícia ou mentiu no depoimento à Justiça".
Ainda de acordo com Figueiredo Basto, seu cliente jamais trabalhou para o PSDB. "A colaboração do meu cliente é apartidária. Ele não está preservando ninguém, mesmo porque perderia os benefícios se ficar provado que ele mentiu".
Já Paulo Roberto Costa disse em seu acordo que o esquema beneficiava principalmente três partidos (PT, PMDB e PP), mas citou o PSDB no caso da CPI da Petrobras.
Youssef decidiu fazer um acordo de delação premiada porque poderia ser condenado a mais de cem anos de prisão nas ações penais em que é réu. Ele prometeu contar o que sabe em troca de redução de pena.
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Alan Marques - 2.jul.2014/Folhapress |
Leonardo Meirelles, laranja de Alberto Youssef, da depoimento ao Conselho de Ética da Câmara |
QUEM É LEONARDO MEIRELLES
- Laranja do doleiro Alberto Youssef que decidiu colaborar com a Justiça, mas que não assinou acordo de delação premiada
- No papel, ele é dono da Labogen, uma das empresas usadas para enviar recursos ao exterior por meio de importações fictícias
- Em depoimento nesta segunda, Meirelles disse ter ouvido no escritório de Youssef o nome do ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e de outro parlamentear tucano, do Paraná, como recebedores de dinheiro do esquema do doleiro
- Ele também disse que o PP devia a Youssef uma 'grande quantia', que ele diz ter sido usada na campanha de 2010
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