Candidatos usam só 12% do tempo do horário eleitoral para propostas
No horário eleitoral do segundo turno desta eleição presidencial, os ataques se sobrepuseram às propostas e tornaram mais agressiva a campanha na televisão na reta final da disputa.
Levantamento feito pela Folha com os 30 programas exibidos por cada presidenciável até a tarde desta sexta-feira (24) constatou que apenas 12% do tempo foi utilizado para a apresentação de propostas de governo.
No primeiro turno, a parte propositiva dos comerciais ocupava 20% do tempo.
Os ataques, por sua vez, passaram a ocupar um quarto do tempo de horário eleitoral, contra 17% na primeira fase da disputa.
As críticas cresceram acentuadamente na propaganda petista –passaram a ocupar 27% do tempo, ante 14% no primeiro turno.
A taxa ficou semelhante à da propaganda tucana, que dedicou 24% dos programas a ataques nos dois turnos. Porém, considerando o tempo total do horário eleitoral, o crescimento foi semelhante, já que Aécio Neves (PSDB) passou a contar com mais que o dobro de tempo no segundo turno.
Nesta fase, ambos tiveram 10 minutos de propaganda em dois blocos diários na TV.
Aécio priorizou críticas às áreas econômica e administrativa do governo e levou ao horário eleitoral as denúncias de corrupção na Petrobras.
Na propaganda petista, a vedete dos ataques foi Armínio Fraga, anunciado titular da Fazenda em um eventual governo tucano.
Nas últimas semanas, o tom das críticas subiu a ponto de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) adotar parâmetros mais rígidos para analisar as propagandas eleitorais.
A mudança fez com que mais de vinte peças, entre inserções e trechos do horário eleitoral, de ambas as campanhas fossem barradas desde o dia 16.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
PROPOSTAS
Considerando as propostas, o principal tema abordado na campanha de Dilma Rousseff (PT) foi a saúde, em que a presidente exibe o programa Mais Médicos como vitrine.
Outro tema de destaque foram as políticas à mulher, especialmente aquelas relacionadas à violência doméstica.
O assunto foi levado ao ar ao mesmo tempo em que, em eventos públicos de campanha, petistas exploravam a postura do candidato tucano com Dilma em debates.
Segurança e economia foram os destaques dentre as propostas de Aécio exibidas na televisão. Políticas para a região Nordeste, região em que o tucano ficou em terceiro lugar no primeiro turno, também foram exploradas.
Assim como no primeiro turno, a defesa da candidatura e o autoelogio dominaram o horário eleitoral (63% do tempo). Para essa tarefa, contribuíram aliados políticos e apoiadores dos mais diversos, dentre cantores, atores e esportistas.
Depois dos próprios candidatos e dos apoiadores, os mais exibidos são apresentadores contratados. Em ambos os casos, os eleitores têm pouco destaque, ocupando cerca de 7% do tempo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade