Quadrilha usava laranjas, aponta Polícia Federal
As investigações da Polícia Federal apontam que a quadrilha alvo da Operação Terra Prometida atuava para conseguir, de forma fraudulenta, títulos de cerca de mil terras destinadas à reforma agrária.
A polícia afirmou que fazendeiros e empresários pressionavam e ameaçavam os assentados a vender os lotes por preços muito abaixo do mercado. Em muitos casos, os ocupantes eram retirados das terras à força.
Depois da desocupação, os documentos eram falsificados e "regularizados" com ajuda de funcionários do Incra de Mato Grosso. A quadrilha também usava laranjas, que se tornavam beneficiários dessas terras.
Márcia Ribeiro - 28.abr.2014/Folhapress | ||
O ministro da Agricultura, Neri Geller, discursa na abertura da 21ª Agrishow em Ribeirão Preto |
Segundo a Polícia Federal, em um dos 15 lotes que indiretamente pertenciam aos irmãos do ministro Neri Geller (Agricultura), Odair e Milton Geller, o laranja identificado como proprietário nunca havia morado no local.
De acordo com cálculos da investigação, cada um dos lotes envolvidos no esquema é avaliado em cerca de R$ 100 mil.
A operação foi realizada em municípios de quatro Estados: Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A PF expediu 227 mandados: 52 de prisão preventiva, 146 de busca e apreensão e 29 medidas proibitivas. Até a conclusão desta edição, 40 mandados de prisão haviam sido executados.
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h3. FRAUDES NA REFORMA AGRÁRIA
* O esquema Segundo a Polícia Federal, um grupo de fazendeiros e empresários negociava, mediante ameaças físicas contra assentados, a compra de áreas destinadas à reforma agrária no Mato Grosso por um valor menor que o de mercado
- As suspeitas A PF estima que a quadrilha tenha conseguido se apossar ilegalmente de cerca de mil lotes da União destinados à reforma agrária. O grupo era auxiliado por servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)
- Os envolvidos Odair e Milton Geller, irmãos do ministro da Agricultura Neri Geller (PMDB), foram presos na quinta (27). Segundo a PF, eles ocuparam 15 lotes de um assentamento no município de Itanhangá (MT)
R$ 1 bilhão
É o prejuízo estimado decorrente das transações ilegais
227
mandados judiciais foram expedidos, sendo 52 deles de prisão preventiva
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