Depois de Lula, Dilma vai receber a cúpula do PMDB
Depois de o ex-presidente Lula se encontrar com peemedebistas e ouvir reclamações do tratamento dispensado pelo governo ao PMDB, a presidente Dilma Rousseff convidou a cúpula do partido para um jantar na próxima segunda-feira (2).
Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo. Além do vice Michel Temer, serão recebidos por Dilma no Palácio da Alvorada os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
Renan afirmou que os peemedebistas disseram a Lula que o ajuste fiscal promovido pelo governo "é pífio e insuficiente" e defenderam que ele seja ampliado, com cortes no setor público.
O senador afirmou ainda que Lula defendeu que Temer tenha uma participação mais ativa no núcleo duro do governo, grupo de ministros mais próximos à presidente Dilma. "Ele acha que o PMDB precisa, sim, ter um papel de maior protagonismo. Ele lembrou que ouvia o vice José Alencar em todas as decisões e acha que o mesmo deve ocorrer agora", afirmou Renan.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Ao lado de Renan Calheiros (à esquerda), Lula deixa reunião com senadores do PMDB |
No encontro, segundo relatos, Lula disse que o governo federal tem que agir rápido para não perder e se distanciar da população.
Também de acordo com senadores presentes ao encontro, o petista disse que ajudará Dilma a corrigir os rumos para sair da crise política e econômica.
Nas palavras de um peemedebista à Folha, o "governo está nas cordas'' e depende agora de uma contrapartida da presidente. Na avaliação de Lula, a presidente precisa partir para uma postura mais forte para que seja retomada a confiança no País.
IMPOSTO DE RENDA
Os senadores do PMDB reclamaram a Lula que a votação do veto de Dilma ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda vai provocar um "desgaste" no Congresso e indicaram que a bancada não está disposta a suportar a pressão por sua derrubada.
Lula manifestou preocupação e orientou os parlamentares a procurarem Dilma para discutir o tema.
O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), disse a Lula que ele é o "fiador" da relação do partido com o PT e pediu sua intervenção para recompor as pontes com o governo Dilma. O senador ponderou que é necessário "reordenar" a coordenação política para aproximar os peemedebistas do Planalto.
Nesta semana o vice-presidente, Michel Temer, chegou a dizer em uma conversa telefônica com Dilma que a sigla está no "limite da governabilidade".
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