'Sou um cara de rompantes... Quem sabe?', diz Aécio sobre ir a ato dia 15
Horas após divulgar em nota a decisão do PSDB de apoiar as manifestações do próximo dia 15, mas afirmar a jornalistas que não planeja ir ao ato, o senador Aécio Neves se definiu, no início da noite desta quarta-feira (11), como "um cara de rompantes". "Quem sabe eu não resisto na última hora", insinuou.
A declaração foi dada durante entrevista na rádio JovemPan. O presidente nacional do PSDB disse que "golpista" é querer dizer sobre o que as pessoas podem ou não manifestar, Ele ainda fez um chamado àqueles que estão "com um nó na garganta", citando o sentimento de cansaço e os escândalos de corrupção. Para Aécio, o PT tem mania de achar que "o povo só pode se manifestar sobre os temas que ele considera adequados".
"As pessoas que tiverem com esse sentimento [de indignação], com esse nó na garganta, devem ir sim para as ruas", disse Aécio. "Vão em paz", concluiu.
Mapa dos protestos de março de 2015; Crédito Rubens Fernando/Editoria de arte/Folhapress
IMPEACHMENT
O senador voltou a dizer que "impeachment" não é palavra proibida. E salientou que, apesar de entender que o assunto não é agenda para o PSDB hoje, o desenrolar das investigações pode levar o partido a "discutir" o assunto.
Aécio afirmou que existem dois componentes para dar base a um pedido de impedimento: um político e outro jurídico. O político, afirmou, vem crescendo a cada dia, com a manifesta insatisfação de uma parcela da sociedade. "O componente jurídico pode ser até que se configure com o andamento das investigações", avaliou, para afirmar em seguida que seu partido não vai, entretanto, "antecipar" essa situação.
"Se essas condições se criarem, teremos que, com muita serenidade, discutir a questão", afirmou.
O Solidariedade, partido do deputado Paulinho da Força (SP), vai lançar nesta quinta-feira (12) uma campanha pelo impeachment da presidente Dilma.
É a primeira campanha oficial que um partido lança pelo impeachment. Paulinho é um dos mais ferrenhos adversários da presidente e comanda a Força Sindical, central de trabalhadores.
DEM
O DEM também se manifestou, nesta quarta (11), a favor das manifestações. Presidente do partido, o senador José Agripino Maia (RN) disse que os movimentos populares são "dignos pelo seu caráter pacífico", por isso merecem o respeito da sigla.
"Não podemos, como partido ou militantes, deixar de aplaudir iniciativas que só orgulham a democracia brasileira", afirmou Agripino. Segundo o senador, os movimentos apartidários devem ser compreendidos como "manifestações refletidas da sociedade organizada".
O partido não manifestou se é contrário ou a favor do impeachment de Dilma Rousseff, como fizeram os tucanos.
SEXTA
As centrais sindicais confirmaram nesta quarta que estão convocando manifestações para sexta-feira (13) em todo o país. O movimento será contra medidas provisórias que restringem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.
Os atos também serão a favor de outras pautas trabalhistas, pela reforma política e em defesa da Petrobras.
Representantes de seis centrais sindicais estiveram em Brasília para tratar da negociação em torno das medidas provisórias e confirmaram que estão organizando o movimento para esta sexta. São elas: CUT, Força Sindical, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores).
O presidente da CUT, Vagner Freitas, defendeu o governo DIlma em reunião do Sindicato dos Bancários em São Pauloe disse que "é preciso dar uma resposta" ao que chamou de golpismo.
Ele afirmou que a "eleição acabou. A disputa acabou". Sua fala se alinha ao que Dilma afirmou na segunda-feira (9), quando defendeu que 'terceiro turno' não é motivo para impeachment.
"O governo vai sair quando acabar seu mandato. Não golpismo. Não golpismo", repetiu.
Freitas disse à Folha que teme confrontos na sexta-feira durante ato organizado pela central. "Tenho certeza que revoltados vão querer armar confusão", afirmou.
O caminho para o Impeachment; Crédito William Mur/Editoria de Arte/Folhapress
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