PF tem dificuldades para ouvir policial em inquérito contra tucano
A Polícia Federal informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que tem enfrentado dificuldades para localizar quem considera peça-chave para o avanço das investigações contra o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) no inquérito que apura a suposta participação do tucano no esquema de corrupção na Petrobras.
A PF solicitou ao Supremo a prorrogação do prazo de diligências, argumentando que não conseguiu ouvir o depoimento do agente da polícia federal Jayme Oliveira Filho, o Careca, para esclarecer se o congressista foi ou não beneficiado pelo esquema de desvio de recursos e pagamento de propina. O senador nega qualquer ligação com o caso.
"O cabal esclarecimento dos fatos passa, necessariamente, pela reinquirição de Jayme com o propósito de colher pormenores que permitam, ao final, aferir a veracidade de sua narrativa", diz a PF.
"O resultado dessa inquirição, reitere-se, determinará os rumos da investigação à medida que permitirá ou não vislumbra-se alguma linha investigativa plausível, ensejando, assim, a realização de novas diligências para a coleta de elementos informativos, como a oitiva do suposto beneficiário dos valores e outras", completa.
A defesa do senador entrou com pedido no STF para que seja arquivado o inquérito sem que as investigações sejam aprofundadas.
Um entregador de dinheiro controlado pelo doleiro Alberto Youssef, o "Careca", disse no ano passado à força tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba (PR), que no ano de 2010 entregou uma mala com dinheiro a mando de Youssef em Belo Horizonte (MG). Ao ver uma fotografia do senador tucano, que lhe foi apresentada pela PF, o agente disse que a pessoa da foto era "muito parecida" com "a que recebeu a mala enviada por Youssef".
Por outro lado, Youssef, em depoimento, afirmou que "nunca disse para entregar valores para Anastasia especificamente". Também negou conhecer o senador.
Segundo a PGR, havia indícios suficientes para a abertura do inquérito que deverá concluir se o tucano foi ou não beneficiado do esquema.
Caso o ministro Teori Zavascki, relator do inquérito, recuse acolher o pedido de arquivamento, o senador solicitou que seu recurso seja julgado pela segunda turma do tribunal, formada por cinco ministros.
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