Na TV, Renan critica ajuste 'capenga' e quer meta de emprego na recessão
Em seu pronunciamento para o Dia do Trabalho, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), propôs um pacto temporário que inclua meta de empregos, juros menores e desonerações para estimular a economia "enquanto durar a recessão". O vídeo foi ao ar na TV Senado e foi publicado no Youtube.
A proposta vai contra a nova política econômica do governo Dilma Rousseff, que está elevando juros e revendo benefícios tributários e trabalhistas para reduzir a inflação e melhorar o resultado das contas públicas.
"É preciso ter meta fiscal, claro. É preciso ter meta inflacionária, claro. Mas devemos definir, com igual rigor, a meta de empregos. Ainda mais durante o ajuste e a recessão da economia. Não podemos fazer um ajuste míope, capenga, meramente trabalhista", disse Renan em vídeo publicado na página do Senado na internet.
Renan também classificou o ajuste fiscal do governo como um "desajuste" que penaliza o trabalhador. Ele voltou a sinalizar que as medidas propostas por Dilma na área econômica e que dependem do Congresso não terão o seu apoio.
"O Congresso Nacional não fará o ajuste a qualquer preço", afirmou. "Por isso, proponho em nome do Congresso o Pacto em Defesa do Emprego. É um pacto temporário, transitório, com hora para acabar. Só permanecerá enquanto durar a recessão."
Entre as propostas estão "não criar nenhuma regra que prejudique o trabalhador" e dar estímulos para os setores mais intensivos em mão de obra, por meio de crédito dos bancos públicos com juros baixos e de compras governamentais direcionadas a esses empregadores, por exemplo.
Renan também quer manter a desoneração da folha de pagamento para as atividades que geram mais empregos. Uma das propostas do governo que está no Congresso é o aumento de alíquotas para empresas desoneradas de INSS, o que levará parte delas a perder o benefício do programa.
Disse ainda que o Congresso Nacional não será um mero espectador do ajuste fiscal, mas "o próprio fiscal do ajuste."
Renan afirmou que o Congresso ficará contra todos aqueles que, "venham de onde vierem, tentarem impor aos trabalhadores, aos mais pobres, mais sacrifícios, sobretudo neste momento em que a economia não vai bem."
"Neste 1º de maio, dia do trabalhador, sempre é preciso lembrar de que lado está o Congresso Nacional. O Congresso está e sempre estará ao lado dos trabalhadores", afirmou.
Além das desavenças com o governo, Renan trava uma queda de braço com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em torno do projeto sobre terceirização.
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