Citado por delator, ministro se diz 'indignado' e refuta impeachment
Ed Ferreira/Folhapress | ||
Os ministros Edinho Silva (Secom) e José Eduardo Cardozo (Justica) durante entrevista coletiva |
O ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) reagiu neste sábado (27) à delação de Ricardo Pessoa e disse que causa "indignação" a tentativa de criminalizar doações legais. Ele disse, durante coletiva, que não se calará diante de ataques sobre sua conduta como tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014.
"Faço questão de ser ouvido nos autos. Caso se confirme as mentiras divulgadas pela imprensa eu tomarei as medidas judiciais em defesa da minha honra."
A entrevista foi dada para rebater acusações de que teria recebido dinheiro irregular para a campanha presidencial de 2014 feitas por Pessoa, dono da UTC.
Perguntado se o governo teme que as denúncias reacendam o debate sobre impeachment, Silva respondeu: "Não há fundamento legal para isso. O que estamos enfrentando neste momento é o vazamento seletivo de uma delação premiada. Algo que precisa ser provado''.
Ele disse que seu cargo está à disposição. "Quem contrata e quem exonera é a presidente Dilma."
Silva voltou a dizer que as contas da campanha de Dilma foram auditadas e aprovadas pelo TSE.
Na delação, Pessoa afirmou que doou oficialmente R$ 7,5 milhões à campanha de reeleição da presidente no ano passado por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras caso não ajudasse o PT. Como a Folha revelou em maio, a doação foi feita legalmente, e ele disse que tratou da contribuição diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secom.
"A presidente Dilma Rousseff, e eu sou testemunha disso, desde o início orientou todos os membros da sua campanha e, particularmente o seu tesoureiro Edinho, para que agissem dentro estritamente da lei", disse o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
Cardozo afirmou ainda que Dilma disse a Edinho e aos demais citados por Pessoa que agissem. "Defendam-se porque efetivamente vocês estavam sendo objetos de informações inverdadeiras e caluniosas."
LEVY
Silva disse que o governo acompanhou durante a madrugada a situação do ministro Joaquim Levy (Fazenda), que foi internado nesta sexta (26) com embolia pulmonar.
''Estamos tranquilos porque ele foi medicado e liberado, portanto está em plenas condições no exercício de sua função tão importante para o Brasil e condução do nosso governo", disse.
Levy tem uma viagem programada para este sábado com a presidente da República para os Estados Unidos. Os médicos o desaconselharam a realizar a viagem, mas ele deve embarcar em voo comercial nesta noite.
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