Com crise de imagem no partido, prefeito de João Pessoa deixa o PT
Andre Borges - 23.jan.2013/Folharress | ||
O prefeito de João Pessoa (PB), Luciano Cartaxo, que anunciou sua saída do PT nesta quinta-feira (17) |
Em meio a uma das mais graves crises de imagem de sua história, o PT perdeu o único prefeito do partido que comandava uma capital estadual do Nordeste, principal base de apoio do governo da presidente Dilma Rousseff.
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, anunciou nesta quinta-feira (17) que decidiu trocar o PT pelo PSD para a disputar a reeleição no ano que vem. Segundo ele, sua saída foi motivada pelas denúncias de corrupção contra lideranças nacionais da legenda.
Nesta semana, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto se tornaram réus sob a suspeita de envolvimento em irregularidades na Petrobras.
"Não queremos e não vamos perder mais nenhum minuto sequer com explicações sobre erros que outras lideranças tenham, eventualmente, cometido", disse. "O partido não pode ser um empecilho, um dificultador, para o projeto que está desenvolvendo com tanto êxito na nossa cidade. Deveria ser o oposto, um elemento motivador, agregador e incentivador", disse Cartaxo.
A direção nacional da sigla tem o receio de que a crise enfrentada pela legenda ameace o desempenho do partido em cidades nordestinas no ano que vem. O temor é de que haja reflexos entre os chamados "convertidos", eleitores que são fieis ao partido.
Em João Pessoa, na última eleição presidencial, a presidente Dilma Rousseff recebeu 55,57% dos votos válidos. Na Paraíba, a vantagem foi maior, de 64,26% dos votos válidos.
Entre os eleitores nordestinos, ela chegou a quase 72% dos votos válidos no ano passado, desempenho um pouco inferior ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, quando obteve 77% dos votos na região.
Nos últimos meses, o comando da legenda tem recebido ameaças de saídas e reclamações de prefeitos candidatos à reeleição no ano que vem.
Em São Paulo, por exemplo, prefeitos e vereadores do partido ensaiam migrar para a base aliada do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para a disputa eleitoral.
O principal motivo da migração é o aumento da rejeição ao PT entre os eleitores paulistas. A preocupação de prefeitos e vereadores é que o fraco desempenho da sigla nas eleições estaduais do ano passado se repita em 2016.
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