Juiz Moro autoriza que amigo de Lula seja ouvido por CPI do BNDES na terça
Paulo Lisboa - 24.nov.2015/Folhapress | ||
O pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato, chega ao IML, em Curitiba (PR) |
Responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, o juiz federal Sergio Moro autorizou nesta quarta-feira (25) que o pecuarista José Carlos Bumlai, preso na última fase da Operação Lava Jato sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção, seja ouvido pela CPI do BNDES.
A sessão será realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, na terça (1º), a partir das 14h30. Bumlai, que está preso preventivamente, será escoltado pela PF até a capital federal.
O empresário seria ouvido na CPI nesta terça (24), dia em que foi preso pela polícia.
Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bumlai é investigado, entre outros fatos, pelos empréstimos que suas empresas contraíram no BNDES, entre 2005 e 2012, que somam cerca de R$ 500 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, as empresas ou estavam inativas ou não tinham atividade operacional na época. Grande parte das operações nunca foi paga.
A São Fernando Açúcar e Álcool, por exemplo, obteve um contrato de R$ 338 milhões com o BNDES quando já havia um pedido de falência, em 2008. A empresa tem um passivo de cerca de R$ 1 bilhão atualmente –aproximadamente metade dele com o BNDES.
Já a São Fernando Energia conseguiu um empréstimo de R$ 101 milhões quando estava inativa operacionalmente, de acordo com o MPF, e possuía apenas sete empregados.
Segundo os procuradores, chamou a atenção a realização de saques "vultosos" das contas da São Fernando por Bumlai, o que pode ser um indício de dissimulação do caminho até o destinatário final do dinheiro.
Uma das hipóteses é que parte dos valores tenha sido destinada a agentes políticos.
As investigações, porém, ainda estão em fase inicial.
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