André Esteves deixa presídio de Bangu 8, no Rio, e vai para prisão domiciliar
Mauro Pimentel/Folhapress | ||
O banqueiro André Esteves deixa o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio |
O banqueiro André Esteves deixou às 19h35 desta sexta-feira (18) o presídio de Bangu 8, na zona oeste do Rio.
Da penitenciária, ele seguiu para a superintendência da Polícia Federal, no centro, para assinar os documentos necessários para deixar o sistema carcerário.
Ele deixou Bangu 8 escoltado por agentes dentro de uma viatura da Polícia Federal. Pouco depois das 20h, Esteves deixou a superintendência da PF.
A Folha apurou que Esteves embarcou às 20h40 no aeroporto Santos Dumont, também situado no centro da cidade. Às 21h35, de acordo com o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o banqueiro desembarcou em São Paulo.
Ficou acertado que ele permanecerá em prisão domiciliar na cidade de São Paulo, de acordo com a autorização concedida pela Justiça.
Esteves é proprietário de uma mansão de 5 mil m² no Jardim América, na zona oeste paulistana.
Segundo a revista "Veja São Paulo", no início de 2015, Esteves chegou a pôr a mansão à venda por R$ 60 milhões.
O banqueiro estava preso, em Bangu 8, desde 25 de novembro, sob a acusação de negociar um pagamento para manipular a delação de Cerveró.
Esteves foi citado pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) numa conversa gravada por Bernardo, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em um quarto de hotel em Brasília. O senador sinalizou que Esteves poderia financiar até mesmo uma fuga para Cerveró.
Em depoimento à Justiça, Delcídio negou a participação de Esteves no suposto esquema de fuga ou no pagamento de qualquer tipo de mesada a ex-funcionário da Petrobras.
O senador afirmou que o banqueiro não tinha conhecimento daquela negociação e que seu nome foi usado para impressionar Bernardo Cerveró sobre a viabilidade do plano.
Na quinta (17), o ministro Teori Zavascki determinou a manutenção da prisão de Delcídio do Amaral e liberação da prisão de Esteves. Em sua argumentação, o ministro considerou frágeis as provas contra André Esteves porque não ficou comprovado que ele participou efetivamente da citada reunião.
Teori determinou que o banqueiro fique em "recolhimento domiciliar integral", sendo proibido de manter contato com outros investigados da Lava Jato e obrigado a comparecer em juízo quinzenalmente.
De acordo com a decisão judicial, Esteves terá de arrumar um emprego, fora do mercado financeiro, enquanto responde ao processo judicial.
Em 2 de dezembro, os principais sócios do BTG afastaram Esteves do comando do banco. Na prática, ele continua a ser um acionista, mas já não participa das decisões sobre os rumos do BTG.
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