Impeachment perde força com derrota de Cunha, dizem governistas do PMDB
Renato Costa/Folhapress | ||
Eduardo Cunha vê vitória de Leonardo Picciani (abaixo), reeleito para o comando do PMDB na Câmara |
Com o resultado que reconduziu Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara, a ala governista do partido afirmou nesta quarta-feira (17) que perde força a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O próprio Picciani puxou o coro: "O impeachment perde força não com a minha vitória, o impeachment perde força porque não há crime de responsabilidade da presidente, e a população percebe isso. Mais do que isso, a população quer que essa agenda seja superada para que possamos trabalhar em uma agenda de superação da crise econômica" afirmou em entrevista logo após o resultado.
Grande derrotado nesta quarta, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deflagrou a tramitação do pedido de impedimento em dezembro e é o principal incentivador do movimento, nos bastidores.
Caberá a Picciani indicar os integrantes do PMDB para a comissão que analisará o impeachment de Dilma. Ele afirmou que irá escolher nomes que representem todas as correntes do partido, mas o Planalto espera que os contrários ao governo sejam minoria.
Tendo deixado por um dia o cargo de ministro da Saúde para reassumir o mandato de deputado e encorpar a candidatura de Picciani, Marcelo Castro (PMDB-PI) também disse que o impeachment perde força.
"Não tenho a menor dúvida disso, de que todas as posições contrárias ao governo da presidente Dilma naturalmente ficam mais enfraquecidas com a vitória de Picciani. O governo sai fortalecido na bancada."
O pedido de impeachment contra Dilma teve a tramitação suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal. O rito deve ser retomado após julgamento dos recursos apresentados pela Câmara. O primeiro passo é a análise do pedido por uma comissão especial formada por todos os partidos, na proporção de suas bancadas. Os governistas PMDB e PT têm as maiores bancadas da Casa.
Favorável à candidatura de Hugo Motta e ao impeachment de Dilma, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos mais próximos aliados de Cunha, afirmou que pelo menos a legenda mostrou à sociedade que existe uma ala significativa que é contra a adesão ao governo federal.
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