BC bloqueia R$ 32 mi do marqueteiro João Santana e de Mônica Moura
Heuler Andrey/Folhapress | ||
Mônica Moura e João Santana após serem presos na 23ª fase da Operação Lava Jato |
O Banco Central bloqueou R$ 32 milhões em contas do casal João Santana e Mônica Moura, detido na semana passada na Operação Lava Jato.
Marqueteiro do PT em três eleições presidenciais, Santana e a mulher são suspeitos de receber pagamentos ilícitos no exterior da Odebrecht e do lobista Zwi Skornicki, ex-representante do estaleiro Keppel Shipyard no Brasil.
O juiz federal Sergio Moro havia decretado na ordem de prisão que quantias de até R$ 25 milhões nas contas dos dois e de duas empresas deles ficassem indisponíveis. Os valores encontrados nos bancos foram informados a Moro nesta segunda-feira (29).
Em depoimento à Polícia Federal, o casal –que foi preso no âmbito da Lava Jato na semana passada– afirmou que recebeu dinheiro da empreiteira com origem em caixa dois de campanhas eleitorais feitas no exterior e negou qualquer relação com desvios na Petrobras.
Mônica afirmou que o casal recebeu US$ 35 milhões por uma campanha eleitoral na Venezuela e outros US$ 50 milhões em Angola. Na África, disse, US$ 20 milhões foram via caixa dois.
ZWI E MIGLIACCIO
A mesma ordem do juiz Moro também determinava o bloqueio de quantias do lobista Zwi Skornicki, suspeito de fazer pagamentos para o casal no exterior, e de Fernando Migliaccio, ex-executivo da Odebrecht suspeito de controlar uma rede de empresas offshores.
Skornicki também foi preso na 23ª fase da Lava Jato, denominada Acarajé, porque era esse o termo que funcionários da Odebrecht usavam para designar propina, de acordo com a PF.
Lobista, Skornicki é acusado de fazer depósitos em contas de João Santana no exterior.
Nas contas de Skornicki e de sua empresa, foram bloqueados R$ 4,9 milhões. O ex-executivo da empreiteira teve R$ 2 milhões retidos pelo Banco Central.
Preso na Suíça desde a semana passada, Migliaccio, 47, tinha como função, nas palavras do juiz federal Sergio Moro, "administrar contas secretas" da empreiteira, incluindo repasses de propina a agentes públicos. A Odebrecht afirma que ele deixou a empresa em dezembro de 2015.
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