Dilma teme retorno do impeachment caso partidos aliados abandonem base
Alan Marques/Folhapress | ||
Presidente Dilma Rousseff |
Com receio de possíveis desembarques na base aliada, a presidente Dilma Rousseff demonstrou nesta terça-feira (8) preocupação com o retorno da tramitação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
Em reunião de coordenação política, a petista criticou o que chamou de tentativa de "cerco pesado" ao governo e avaliou o momento atual como "grave" e "difícil".
Segundo relatos de presentes, ela ponderou que caso haja defecções no momento que o pedido volte a tramitar, há o risco dele ser aprovado na Câmara, apesar dela acreditar que ele será barrado no Senado.
Nos últimos dias, partidos como PP, PTB e PRB têm discutido internamente a possibilidade de deixar a base aliada. Na semana passada, o PSB, antes em posição de neutralidade, anunciou a migração para a oposição ao governo.
No encontro, a presidente escalou os ministros e parlamentares presentes a responderem de maneira enfática a qualquer acusação feita contra o Palácio do Planalto.
Ela voltou a responder ponto por ponto as denúncias feitas pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) em delação premiada divulgada na semana passada, na qual ele acusou a presidente de tentar interferir na libertação de presos na Operação Lava Jato.
A petista avaliou ainda que a divisão do país e o clima de confronto prejudicam a governabilidade e defendeu o diálogo como forma de se chegar a consensos e a entendimentos.
Na avaliação dela, a discussão sobre o impeachment tem o risco também de paralisar a pauta do ajuste fiscal no Congresso.
O processo de impeachment também foi a discussão central em encontro nesta terça do ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, com líderes da base aliada.
Segundo relatos, o ministro pediu "cautela" e "equilíbrio" na discussão do processo de afastamento da petista.
Ao final da reunião, o combinado era que os líderes da base aliada acompanhassem o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), em entrevista à imprensa. Ele, no entanto, só teve a companhia do líder do PT, Afonso Florence (BA).
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