ONU Mulheres condena violência política de ordem sexista contra Dilma
A ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, condenou em nota oficial "a violência política de ordem sexista" contra a presidente Dilma Rousseff.
O texto assinado por Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, defende que "nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem e/ou justificar a banalização da violência de gênero - prática patriarcal e misógina que invalida a dignidade humana".
O comunicado reforça a condenação por parte da entidade de todas as formas de violência contra as mulheres.
Um apelo à serenidade e à não-violência da sociedade brasileira nas manifestações também expressa a preocupação da ONU Mulheres com o contexto político brasileiro.
"O debate saudável entre opiniões divergentes deve ser parte intrínseca da prática cidadã em uma democracia", diz a nota.
Esse posicionamento da entidade se segue a uma outra nota emitida pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) na última terça-feira (22), afirmando preocupação com o "debate cada vez mais acalorado e politizado que tomou o Brasil nos últimos dias e semanas".
Leia a nota da ONU Mulheres na íntegra
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A ONU Mulheres observa com preocupação o contexto político brasileiro e apela publicamente à salvaguarda do Estado Democrático e de Direito.
Aos poderes da República, a ONU Mulheres conclama a preservação da legalidade, como condição máxima das garantias estabelecidas na Constituição Federal de 1988 e nos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário.
À sociedade brasileira, a ONU Mulheres pede serenidade nas manifestações e não-violência frente aos debates públicos necessários para a condução democrática dos rumos políticos do país. O debate saudável entre opiniões divergentes deve ser parte intrínseca da prática cidadã em uma democracia.
Nos últimos 30 anos, a democracia e a estabilidade política no Brasil tornaram reais direitos humanos, individuais e coletivos. São, sobretudo, base para políticas públicas - entre elas as de eliminação das desigualdades de gênero e raça - determinantes para a construção de uma sociedade inclusiva e equitativa.
Como defensora dos direitos de mulheres e meninas no mundo, a ONU Mulheres condena todas as formas de violência contra as mulheres, inclusive a violência política de ordem sexista contra a Presidenta da República, Dilma Rousseff. Nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem e/ou justificar a banalização da violência de gênero - prática patriarcal e misógina que invalida a dignidade humana.
Que o legado da democracia brasileira, considerado referência no mundo e especialmente na América Latina e Caribe, seja guia para as soluções da crise política.
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