Em nota, CNA anuncia apoio a impeachment de Dilma Rousseff
Após dirigentes de sindicatos e de movimentos sociais defenderem a invasão de propriedades rurais, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) passou a apoiar o processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff sofre na Câmara dos Deputados.
Em 17 de março, a bancada ruralista na Câmara, que soma 40 deputados, já havia declarado seu apoio ao impeachment.
Em nota, a CNA afirma que o governo parece não compreender a natureza dos problemas que levaram às crises econômica e política, nem revela disposição de enfrentá-los.
Segundo a confederação, o governo também aprovou as palavras do dirigente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Aristides Santos, que, em cerimônia no Palácio do Planalto, defendeu a ocupação de propriedades rurais.
A cerimônia, realizada na quinta-feira (1º), sucedeu a outra manifestação de rua realizada, em Brasília, no dia anterior. Durante o ato, dirigentes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) já ameaçavam "pegar em armas" caso o impeachment passasse no Congresso.
Por fim, a confederação afirma a decisão de apoiar o impeachment foi tomada após a manifestação de representantes de produtores rurais.
KÁTIA ABREU
Entre 2008 e 2014, a senadora e agora ministra da Agricultura, Katia Abreu, foi a presidente da CNA.
A ministra tem recebido críticas da entidade e da bancada ruralista devido à sua atuação na pasta e à relação de amizade que mantém com a presidente Dilma Rousseff.
'INGRATIDÃO'
A decisão da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) de apoiar o processo de impeachment irritou nesta quarta-feira (6) a presidente. Segundo relatos, a petista considerou uma "ingratidão" o fato da entidade defender o seu afastamento diante das políticas implementadas pelo governo federal para o desenvolvimento do agronegócio nacional.
A ministra Kátia Abreu (Agricultura), presidente licenciada da entidade, chegou a telefonar para a presidente, que estava em viagem a Salvador, para repudiar a posição da CNA e dizer que não concordava com a defesa do impeachment.
O episódio, no entanto, na avaliação de um assessor presidencial, enfraquece a possibilidade da ministra permanecer no governo federal. A pasta foi reivindicada pelo PR na repactuação da Esplanada dos Ministérios, que deverá ocupar o posto após a votação do impeachment pelo plenário da Câmara dos Deputados.
Segundo a Folha apurou, a presidente teria até mesmo indicado à ministra que precisará que ela retome seu mandato no Senado Federal.
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