Roberto Jefferson chama Cunha de herói e pede votos pró-impeachment
Renato Costa/Folhapress | ||
O presidente de honra do PTB, Roberto Jefferson, abraça a filha, Cristiane Brasil, na Câmara |
"Eduardo Cunha é meu herói. Estou na torcida por ele e quero uma foto autografada".
Com elogios ao presidente da Câmara, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) voltou a pisar no Congresso nesta quarta-feira (6), depois de cumprir pena pelo mensalão.
Ele reapareceu no dia em que o aliado Jovair Arantes (PTB-GO) leu relatório a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Até a semana passada eu estava na dúvida, mas agora acho que o impeachment vai passar", disse Jefferson, entusiasmado. "O papel do Cunha se esgotará quando ele presidir a sessão do impeachment. É a última batalha e ele sabe disso".
Em Brasília pela primeira vez desde que deixou a cadeia, o petebista visitou Michel Temer no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.
Ele prometeu que o PTB apoiará o eventual governo do peemedebista se o impeachment for aprovado. "Temer é um político sereno e sensato. Ele tem condições de pacificar o Brasil", elogiou o ex-deputado.
Segundo Jefferson, Temer agradeceu o apoio e sinalizou com uma aliança caso assuma o poder. "Ele disse que o Brasil de hoje não tem uma liderança que dê um norte ao país", relatou.
Na Câmara, o petebista se emocionou e chorou quando a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), sua filha, prendeu em sua lapela o broche que identifica os parlamentares.
"Foi muito sofrimento", disse Cristiane, referindo-se aos 14 meses que o pai passou na cadeia. Ele estava em prisão domiciliar até o mês passado, quando teve a pena perdoada com base nas regras do indulto natalino.
Em 2005, Jefferson deu início à maior crise do governo Lula ao denunciar o mensalão em entrevista à Folha. Ele teve o mandato cassado e foi condenado a sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O petebista prometeu pedir votos pelo impeachment e disse que estará em Brasília no dia da votação.
"Vai haver troca de tapa, pescoção na rua. Sangue, eu não creio que haverá. O PT não vai querer sair do governo deixando de herança um cadáver", afirmou.
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