Para Paulinho da Força e Marta Suplicy, Dilma age com desespero
O anúncio de um "pacote de bondades" feito pela presidente Dilma Rousseff neste domingo (1º) é "um ato de desespero e vingança", afirmou o deputado federal pelo Solidariedade, Paulinho da Força. Dilma anunciou reajuste no Bolsa Família e na tabela do Imposto de Renda.
"Ela (Dilma) já não consegue mobilizar mais ninguém. O povo já não acredita mais nela", disse Paulinho no ato da Força Sindical, em São Paulo, que reuniu artistas e políticos da oposição.
O deputado disse, ainda, que o reajuste na tabela do Imposto de Renda (IR) deveria ser de 72%, e não de 5%, como o estimado.
"A defasagem na tabela é de 72%. Por isso, acreditamos que essa medida não passa de uma vingança."
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), ex-ministra do governo Dilma e pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, também viu nas medidas "desespero do atual governo". Segundo ela, esse aumento no benefício deveria ser conversado com a próxima gestão, o que seria normal em uma transição.
TRANSIÇÃO
"O reajuste pode ser feito, está previsto no orçamento, mas não deve ser feito no desespero, ou para deixar uma marca. Mostra a postura do governo em atrapalhar a transição, em retirar todos os documentos. É realmente um ato de desespero", disse.
A ex-petista, que foi vaiada no início de seu discurso, defendeu um acordo entre trabalhadores e empresários para criar reverter a recessão.
"É uma tristeza o que estamos vendo no Brasil hoje", afirmou a senadora, que minimizou as vaias no início de seu discurso. "É normal. Sempre participei de atos em outras centrais."
Marta disse que não vai participar da nova equipe de governo que o vice-presidente Michel Temer está organizando, caso o impeachment de Dilma seja aprovado no Senado, e que vai se concentrar na disputa pela prefeitura.
A Secretaria de Segurança Pública não divulgou a estimativa do número de presentes ao ato da Força. A entidade estima que participaram mais de 500 mil pessoas.
No ato, muitas bandeiras estampavam "Tchau querida" e políticos já falavam em "governo Temer". Paulinho da Força disse que o seu partido vai pleitear uma pasta: a do Trabalho ou a do Desenvolvimento Agrário.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Vistas aéreas dos da CUT, pró-governo Dilma, e da Força Sindical, contrário à presidente |
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