Oposição critica anulação de trâmite do impeachment de Dilma
Luis Macedo /Camara dos Deputados | ||
O presidente interino da Câmara Waldir Maranhão |
Partidos da oposição criticaram nesta segunda-feira (9) a decisão do presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), nesta segunda (9) de anular o votação do impeachment de Dilma Rousseff.
O primeiro a se manifestar foi presidente do Democratas, senador José Agripino (RN), para quem "a matéria remetida da Câmara para o Senado não tem caminho de volta. Trata-se de ato jurídico perfeito e acabado. Inacreditável a audácia dos protagonistas. Não resiste a um mandado de segurança", afirmou em nota.
O presidente da comissão especial do impeachment no Senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), disse que o ato de Maranhão foi "essencialmente político" e, em seu entendimento, "equivocado". Na quarta, a Comissão encaminhou o processo de impeachment para votação pelo Plenário do Senado.
A Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva, divulgou nota nesta segunda-feira (9) em que classificou como "inadmissível e irresponsável" a decisão do presidente interino.
"A decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados deputado Waldir Maranhão de anular as sessões que discutiram e votaram o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, é inadmissível e irresponsável", diz o texto. "O processo de Impeachment foi amparado em decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que disciplinou os procedimentos."
O relator da comissão especial do impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), informou que não vai comentar a decisão por se tratar de um ato da Câmara.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também não se pronunciou até agora sobre os efeitos da medida na tramitação do impeachment na Casa.
PSDB
Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) afirmou em nota que a decisão da Câmara já é "matéria preclusa" e cabe agora ao Senado dar andamento "ao processo que ali já se encontra".
"O Brasil tem que superar o mais urgentemente possível esse clima de instabilidade e, para isso, é fundamental que o Senado exerça suas prerrogativas e cumpra suas responsabilidades. Confiamos que essa será a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Mesa Diretora do Senado", disse o tucano.
O líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), disse, também em nota, que a decisão de Maranhão "é absolutamente esdrúxula e invade a competência do Senado, já que a Câmara não tem mais instância sobre o processo do impeachment".
"A verdade é que essa ação nada mais é do que uma chicana, mais uma medida protelatória, mais uma obstrução que os aliados do governo e do próprio Eduardo Cunha [presidente afastado da Câmara] praticam para tentar evitar o julgamento, cujo resultado já é reconhecido pelos crimes de responsabilidade que foram praticados pela presidente da República", disse.
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