Com retorno de diretor, TV Brasil deve realizar entrevista com Dilma
Com o retorno de Ricardo Melo ao cargo de diretor-presidente da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), a TV Brasil deve realizar neste domingo (5) uma entrevista com a presidente afastada Dilma Rousseff.
A iniciativa ocorre dias depois do jornalista, nomeado pela petista antes de sua saída do cargo, ter conseguido uma decisão liminar (provisória) no Supremo Tribunal Federal garantindo a volta ao cargo após ter sido exonerado pelo presidente interino Michel Temer.
Eduardo Anizelli - 19.fev.2016/Folhapress | ||
O diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Ricardo Melo |
A entrevista deve ser conduzida pelo jornalista Luis Nassif, que atuará como uma espécie de colaborador da emissora governamental, uma vez que o contrato de seu antigo programa foi suspenso pelo novo governo.
Segundo a Folha apurou, a entrevista havia sido marcada por Nassif antes das mudanças na televisão estatal. Mesmo com a suspensão do programa, a direção do canal decidiu não cancelá-la. A TV Brasil ainda não decidiu quando e como veiculará a entrevista com Dilma.
Melo reassumiu na sexta-feira (3) o cargo de diretor-presidente da EBC, estatal responsável pela gestão das emissoras de TV e rádio do governo federal.
Em comunicado, o grupo estatal adiantou que Melo irá analisar todos os despachos feitos no período em que esteve fora.
O governo peemedebista já anunciou que recorrerá da decisão do ministro do STF Dias Toffoli, que concedeu a liminar garantindo o retorno de Melo à EBC.
Para defender a saída de Melo e a entrada de outro jornalista no comando da EBC, a equipe de Temer elaborou um documento com números relativos à gestão da estatal durante o período em que Dilma estava no Planalto.
"A nova direção de jornalismo entende que a TV Brasil, a Agência Brasil e as oito emissoras de rádio da EBC passaram a usar, nos últimos anos, uma linguagem político-partidária de pensamento único, de cunho ideológico, contrariando a própria lei de criação da empresa, que prevê a difusão de conteúdos voltados para a formação crítica dos cidadãos", diz o documento a que a Folha teve acesso.
O documento aponta um um rombo de R$ 94,8 milhões no caixa da empresa. "A despeito desta realidade [...], a diretoria executiva aprovou e o Conselho Curador ratificou um Plano de Trabalho de 2016 que amplia o deficit atual da empresa em mais R$ 25,6 milhões", diz o texto.
O levantamento mirou ainda em contratos firmados com jornalistas e outros prestadores de serviço. A nova gestão, segundo o dossiê, suspendeu por 120 dias diversos acordos que estavam em vigor, que somariam de R$ 2,8 milhões em despesas.
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