Temer se reunirá com ministro da AGU para discutir situação na pasta
Pedro Ladeira -1.jun.2016/Folhapress | ||
O presidente interino Michel Temer (PMDB) |
O governo interino de Michel Temer pode começar a semana com mais uma crise na Esplanada. Nomeado para chefiar a AGU (Advocacia-Geral da União), Fábio Osório entrou na bolsa de apostas do Palácio do Planalto como próximo ministro que pode ser exonerado do cargo.
Em conversas reservadas, o presidente interino tem manifestado insatisfação e irritação com as decisões e o comportamento do ministro, cuja situação é avaliada como "delicada" por auxiliares e assessores presidenciais.
O peemedebista pretende se reunir na segunda-feira (6) com o advogado-geral para discutir sua situação.
A reclamação principal se deve à atitude do ministro no imbróglio envolvendo o comando da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).
O Palácio do Planalto pretendia no mês passado publicar uma medida provisória acabando com o estatuto atual, extinguindo o conselho curador e reformulando o formato da emissora.
O objetivo era, além de diminuir o tom ideológico do canal governamental, evitar contestações jurídicas sobre a demissão do jornalista Ricardo Melo, afastado do cargo de diretor-presidente.
Na última quinta-feira (2), contudo, o ministro do STF Dias Toffoli deu liminar autorizando o retorno de Melo.
Também desagradou ao peemedebista o fato de Osório ter viajado para participar de evento em Curitiba na semana do ocorrido, em vez de ter ficado em Brasília para liderar a estratégia jurídica.
O presidente interino ficou incomodado com o fato de o ministro ter aberto sindicância sobre a conduta do ex-advogado-geral José Eduardo Cardozo na defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no impeachment.
Osório tomou a iniciativa sem consultar a cúpula do Planalto, que considerou a medida desnecessária.
Neste sábado (4), diante dos boatos de demissão, o advogado-geral concedeu entrevista à Rádio Gaúcha.
Ele disse ser vítima de "ataque difamatório " e "especulação mentirosa". Defendeu ainda que o governo apure a origem dos boatos e faça uma espécie de "faxina ética" para descobrir a origem deles.
Em nota, Osório disse que, "apesar das ilações equivocadas sobre sua atuação, permanece trabalhando na defesa do Estado Brasileiro e dos atos do presidente da República, sempre com responsabilidade, equilíbrio, seriedade e transparência.
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