Joesley depõe e nega ter manipulado mercado de ações
Leonardo Benassatto/Reuters | ||
Joesley Batista deixa prédio da PF em São Paulo após prestar depoimento |
O dono do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, Joesley Batista, prestou depoimento nesta quarta (9) na Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, no âmbito da investigação sobre o suposto uso de informações privilegiadas em operações de vendas de ações da companhia.
Os executivos da J&F são acusados de manipular o mercado ao terem feito operações financeiras às vésperas da divulgação do acordo de delação premiada assinado por eles com o Ministério Público Federal, em maio. A notícia influenciou no preço das ações do grupo empresarial.
Joesley negou ao delegado Edson Fábio Garutti, que investiga o caso, que tenha manipulado o mercado e feito operações fora do padrão. O empresário prestou depoimento acompanhado do advogado Pierpaollo Bottini. Entrou na sede da Polícia Federal às 9h15 e deixou o local às 12h42.
Indagado pelo delegado se usou informações privilegiadas para beneficiar a empresa, Joesley disse que não tinha como saber da data da homologação do acordo. Afirmou ainda que a venda das ações seguiu um mesmo padrão e foi realizada porque a empresa precisava de liquidez em um cenário de deterioração do crédito. A operação, segundo o empresário, teria feito parte de um plano maior, que envolveu a venda de outros ativos, como empresas do grupo.
Wesley Batista, irmão de Joesley e presidente da JBS, também prestou depoimento nesta quarta. Segundo a Folha apurou, ele também afirma que as operações feitas pelos executivos do grupo no mercado de ações eram usuais e não tinham nada de ilegal. Wesley afirmou que as operações eram padronizadas há anos e pautadas em indicadores macroeconômicos e nos preços dos papéis.
Indagado sobre ter participado da divulgação da colaboração, respondeu que foi surpreendido pelas notícias e chegou a temer pela quebra do acordo.
No dia 28 de julho, o vice-presidente corporativo da J&F, Francisco de Assis e Silva, também delator em acordo com a Procuradoria, prestou depoimento à Polícia Federal negando qualquer irregularidade nos negócios da companhia no mercado financeiro.
A JBS foi alvo de busca e apreensão na Operação Tendão de Aquiles, que investiga uso de informação privilegiada por parte das companhias.
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