Em Minas, Lula diz que Aécio 'sabe que causou o mal'
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
O ex-presidente Lula durante sua caravana por Minas, em Ipatinga |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda-feira (23) um ataque em campo adversário.
No Vale do Aço para o lançamento de sua caravana pelo Estado de Minas, Lula responsabilizou o presidente do PSDB e senador, Aécio Neves (MG), pela crise brasileira.
Ao discursar para apenas cerca de 2.000 pessoas —segundo estimativa da PM mineira—, Lula disse que o ex-governador de Minas "pregou o ódio" na campanha presidencial de 2014 e agora "está sofrendo na própria carne".'
Sem citar o nome de Aécio nesse momento do discurso, apenas fazendo uma alusão à sua atuação contra a então adversária Dilma Rousseff, além do fato de ele ter governado Minas, Lula afirmou que o tucano "plantou vento e está colhendo tempestade".
"Ele sabe que é a pessoa que causou o mal neste país", discursou Lula.
Ao citar a manifestação de cerca de 60 opositores em uma rua vizinha à praça onde ele estava, Lula descreveu sua trajetória para dizer que não tem medo de provocadores.
Ao lado de Dilma e do governador Fernando Pimentel (PT-MG), Lula disse que faz duas horas de ginástica por dia e recomendou que seus rivais se preparem. Ele lembrou que completará 72 anos na próxima sexta-feira (27), mas com "corpo de 30".
"Eles que façam plástica porque vou voltar. Vou voltar com 70, corpinho de 30 e tesão de 20."
Em sua estreia, Lula dividiu as atenções com Dilma. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), defendeu no palanque a volta da ex-presidente.
De costas para a ex-presidente em boa parte do ato, Lula não endossou a proposta em seu discurso.
A caravana por Minas, nos moldes da que realizou por Estados do Nordeste entre agosto e setembro, vai durar oito dias e tem no roteiro 12 cidades.
AEROPORTO
Mais cedo, Lula sugeriu que Dilma Rousseff posasse para uma fotografia ao seu lado. Em entrevista publicada pelo jornal espanhol "El Mundo" nesta segunda-feira, ele disse que o eleitorado se sentiu traído pelo ajuste fiscal promovido pela petista em 2015.
O gesto foi na pista do aeroporto de Ipatinga. Diante do ônibus especialmente adaptado para a caravana, Lula se aproximou de Dilma e propôs que posassem para militantes e jornalistas que o esperavam do lado de fora do aeroporto.
Segundo presentes, Lula afirmou que a atitude serviria para apagar a ideia de sua relação estava estremecida depois das críticas que ele fez à política econômica da sucessora.
Na entrevista, Lula afirmou o maior erro da sucessora foi a política de desoneração às empresas.
Originalmente, Dilma só integraria a caravana na sexta-feira (27). Mas antecipou sua participação após a divulgação da entrevista. Apesar desse esforço, o constrangimento ficou evidente no ato de lançamento da caravana.
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