'O Brasil não precisa de showman', diz Alckmin a rádio

Crédito: Marlene Bergamo/Folhapress PODER - O Governador de Sao Paulo, Geraldo Alckmin, da entrevista depois de jantar com FHC, Tarso Jereissati e Marconi Perillo no Palácio dos Bandeirantes onde trataram de sua candidatura a Presidencia do Brasil. 27/11/2017 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017 -
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)

DE SÃO PAULO

Em entrevista de uma hora à rádio Bandeirantes na manhã desta terça (16), o governador Geraldo Alckmin disse que não é o momento para se eleger uma figura do entretenimento nas eleições de 2018 e voltou a defender a união partidária para evitar "extremismos" que "levam à Venezuela".

"O Brasil não precisa de 'showman'. Quem quer assistir show, têm gênios no Brasil [do entretenimento]. O Brasil precisa de quem resolva o problema", disse Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência.

Mais adiante, disse que estimula novas lideranças na política, "o próprio Huck". E refletiu sobre "o que é o novo" na vida pública: "O novo é a idade? Você ter 30 ou ter 60 anos? É nunca ter disputado? Nunca ter tido uma administração pública? O novo é defender o coletivo."

Com 12% da intenção de voto, no melhor cenário do Datafolha, Alckmin voltou a falar que pesquisas, a esta distância do pleito, não "têm significado". Para ele, "pesquisa que vale" é a feita "15 dias depois da propaganda de rádio e TV" e dos primeiros debates entre os candidatos.

"Aécio tinha, em abril [de 2014], 5%, e nós estamos em janeiro. Doria devia ter 2%. Eu tenho de 9% a 12%, não me preocupa muito."

CAPEZ

José Luiz Datena, que comandou a entrevista, questionou Alckmin sobre a denúncia que o Ministério Público apresentou na segunda (15) contra o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), ex-presidente da Assembleia Legislativa, no caso da "máfia da merenda".

O governador foi sucinto. Disse que o caso começou a partir de uma investigação do Estado, a Operação Alba Branca, e que Capez "vai se defender" e "tem que prestar contas": "Ninguém está acima da lei, tucano, petista".

Datena disse que iria fazer uma pergunta como se estivessem em um debate eleitoral, e pediu que o tucano respondesse como responderia se o ex-presidente Lula o questionasse sobre o "trensalão", apelido para cartel de trens em São Paulo nos governos tucanos. Alckmin disse que "não tem nenhuma investigação" contra ele, apenas "uma delação".

"Aliás, se um dia, na política, eu ficar rico, pode chamar de ladrão. Quem acumular patrimônio em política é ladrão. L-A-D-R-Ã-O", afirmou.

No final, questionado se Doria seria ou não candidato pelo PSDB, Alckmin disse que o partido irá escolher seus nomes na convenção, "provavelmente em março" e que irá "trabalhar muito" para ser a aposta do partido para a Presidência.

LULA

Também hoje, em escola na zona norte de São Paulo, ao ser questionado sobre a participação de Lula nas eleições, Alckmin disse que "concorrente a gente não escolhe" e que está disposto a mostrar para a população que o petista não é a melhor opção, comparando a política de Lula à realidade da Venezuela.

"Vamos deixar que a Justiça se manifeste. Se for candidato, vamos enfrentá-lo e mostrar para a população que o caminho do populismo e irresponsabilidade leva à Venezuela, perde a liberdade que tinha e não dá o pão que prometeu. O caminho das democracias é de responsabilidade fiscal e de inclusão, crescimento da economia e de valores éticos."

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