ESTELITA HASS CARAZZAI
DE WASHINGTON

Em resposta à carta de deputados americanos que criticaram "violações flagrantes" no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que irá a julgamento nesta quarta (24), o embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, afirmou que as investigações da Lava Jato foram realizadas "em estrito cumprimento da lei brasileira".

"O direito de defesa foi totalmente assegurado", afirmou Amaral, que ainda destacou que a investigação puniu "algumas dúzias" de empresários e políticos de diversos partidos.

A resposta foi encaminhada nesta segunda (22) ao deputado democrata Mark Pocan, um dos signatários da carta em apoio a Lula.

O embaixador destacou que se abstém de comentar qualquer decisão da Justiça, em respeito à independência dos poderes, mas disse que o governo brasileiro está comprometido em assegurar todos os direitos de recurso ao ex-presidente Lula, e agradeceu pelo interesse do congressista no tema.

Ao detalhar o histórico da investigação, Amaral ainda afirmou que a Lava Jato "foi conduzida com total autonomia" pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

A carta encabeçada por Pocan foi assinada por 12 congressistas da bancada de centro-esquerda da Câmara dos EUA, que tem um total de 435 deputados.

Segundo afirmou Pocan à Folha, sindicatos, centros de pesquisas que estudam a América Latina e brasileiros vivendo nos Estados Unidos o alertaram para o caso de Lula. A AFL-CIO, maior central sindical dos EUA, tem uma ligação histórica com o PT.

O manifesto dos congressistas afirma que a acusação contra Lula é baseada em provas "altamente questionáveis que seriam rejeitadas na maioria dos tribunais ao redor do mundo". Eles ainda sustentam que o juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em primeira instância, se portou de forma antiética e, muitas vezes, ilegal contra o petista.

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