Temer diz que reação de mercado a julgamento de Lula será 'normal'

Crédito: Luciana Coelho/Folhapress Tapumes ´fecham´ fileiras de assentos para disfarçar não lotação da plateia em discurso de Michel Temer no Forum Econômico Mundial, em Davos, Suíça
Biombos 'fecham' fileiras de assentos para disfarçar não lotação da plateia em discurso de Michel Temer

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A DAVOS (SUÍÇA)

O presidente Michel Temer disse que o mercado financeiro agirá como "vida normal" em uma eventual condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo julgamento ocorre nesta quarta-feira (24)

"[É] vida normal", disse Temer, ao ser indagado por jornalistas se o mercado reagiria com turbulências a uma eventual condenação de Lula. Temer falou brevemente ao chegar ao hotel Seehof, em Davos, para reuniões com empresários e bilaterais após ter discursado na plenária do 48º encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos.

O presidente disse ainda ter se sentido "muito acolhido" pelo fórum ao discursar - é a primeira participação de um presidente do Brasil desde 2014.

"Acho que o professor Klaus Schwab [idealizador do Fórum] fez um elogio extraordinário ao Brasil, e senti muita atenção da plateia", afirmou.

A plateia, porém, estava parcialmente vazia, e grande parte dos assentos era ocupada por brasileiros ou por chineses que aguardavam a sessão seguinte, sobre o país.

A organização do evento colocou tapumes para encobrir as últimas fileiras da plateia e disfarçar o vazio, em um contraste com o discurso do premiê indiano, Narendra Modi, na véspera, que lotou e teve fila de espera.

Schwab afirmou, ao apresentar, Temer, que "um novo Brasil, aberto, emerge com as reformas do presidente Temer". "[Reformas que] reconstruíram os contratos sociais nacionais ao mesmo tempo em que integraram o Brasil à economia mundial", afirmou.

O presidente se encontra hoje com CEOs de empresas como Coca-Cola, Shell, Dow Chemical e Cargill, e com o presidente de Angola, João Lourenço, e o premiê do Líbano, Saad Hariri. Temer também terá uma reunião bilateral com o secretário-geral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), José Ángel Gurría - o Brasil aspira entrar para o organismo, que reúne países ricos.

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