DE SÃO PAULO

Jornalistas da Folha comentaram a decisão unânime do TRF-4 nesta quarta-feira (24) de confirmar a sentença de condenação de Lula na acusação de receber propina da empreiteira OAS por meio de um tríplex em Guarujá (SP). O revisor Leandro Paulsen, o relator João Pedro Gebran e o juiz federal Victor Laus votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão no caso que investiga a reserva e reforma do apartamento tríplex em Guarujá (SP). Veja os vídeos:

MÔNICA BERGAMO, colunista da Folha

Para a colunista, o grande fato foi a afirmação dos juízes de que Lula pode ser preso após a análise dos embargos de declaração no TRF-4, o que coloca a possibilidade do ex-presidente ser preso num período muito mais curto. "Hoje, o que se vislumbra, é uma possibilidade muito real e muito mais forte dele ser preso num tempo muito mais curto e isso coloca em xeque toda a estratégia que o PT tinha de inscrevê-lo como candidato", comenta.

FÁBIO ZANINI, editor de "Poder"

O editor avalia que Lula sofreu uma grande derrota, "talvez uma das maiores de sua carreira". A confirmação da condenação, segundo Zanini, não foi surpresa, mas a unanimidade da turma e contundência dos votos, que comprometem o cenário eleitoral com a possibilidade de prisão de Lula. "O caminho para que ele consiga evitar uma inelegibilidade e talvez até uma prisão vai se estreitando", afirma.

MARIO CESAR CARVALHO, repórter especial

O repórter afirma que a estratégia adotada no julgamento do TRF-4 foi "mandar um cala a boca para a defesa do Lula e para o PT de que não havia provas no caso". Sobre a possibilidade de Lula ser preso em breve, o jornalista diz que é algo questionado por ministros do Supremo, como Marco Aurélio Mello. "Os ministros invocam uma razão que é séria, que é a paz social, de que a eventual prisão de Lula poderia provocar um conflito no país e que, portanto, não seria a melhor decisão a ser tomada".

DANIELA LIMA, editora da coluna Painel

Assim como Zanini, a editora também fala da surpresa pela unanimidade da decisão, que diminuiu as possibilidades de recursos. "A gente pode ter Lula preso até março, porque o TRF leva em média dois meses para julgar um embargo de declaração", diz. Daniela afirma que mesmo com os juízes de férias, não há impedimento para que os embargos sejam julgados por substitutos.

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