JOELMIR TAVARES
DE SÃO PAULO

Na reunião do PT que oficializou o lançamento da candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto em 2018, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que fracassou a tentativa de adversários de emplacar "outsiders" na eleição.

"Eu não tenho nada contra os programas de televisão do apresentador Luciano Huck, até acho ele simpático. Só não acho que ele tenha estatura nem experiência para ser presidente desse país", disse a petista no evento nesta quinta-feira (25), em São Paulo.

Um dia depois que Lula teve sua condenação no caso do tríplex confirmada por unanimidade no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), Dilma defendeu o colega de partido e disse que "a grande disputa" no país ocorrerá em outubro.

"É subestimar a inteligência do nosso povo acreditar na política social do auditório. Como hoje eu estava lendo nos jornais, o nosso líder do partido golpista da modernização conservadora, que é o PSDB, propondo a volta do auditório como política social. Isso é muito grave", disse a ex-presidente.

PSDB

Nesta quinta, em entrevista ao "Valor Econômico", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou não descartar uma candidatura de Huck. Para o tucano, o comunicador poderia se beneficiar com a eventual saída de Lula do cenário ou se a campanha do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) não deslanchar.

FHC disse, no entanto, considerar Huck "cru" para ocupar a Presidência.

Segundo Dilma, "todas as lideranças do PSDB estão destruídas e aquelas que não estão destruídas têm 5% de votos". "Porque fracassou os chamados 'outsiders', fracassou o experimento João Doria", disse ela.

A ex-presidente afirmou também acreditar que tanto o impeachment dela quanto a condenação de Lula foram um golpe para destruir o partido.

"Mas, politicamente, para eles [golpistas], tem um grande problema: nós não fomos destruídos. Nós sobrevivemos a todos os Pixulekos que botaram aqui na avenida Paulista, a todos os patos amarelos também, à destruição do meu mandato e à tentativa clara de destruir o presidente Lula como liderança popular nesse país."

Dilma falou aos militantes do partido que a sigla deve "lutar em todas as instâncias políticas" em defesa de Lula, "assim como foi no impeachment".

Na opinião dela, "o golpe está se radicalizando porque ele fracassou politicamente e do ponto de vista estratégico".

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