Não é verdade que pesquisador recusou entrevistar jovem por ser eleitor de Bolsonaro

Procedimento de não entrevistar pessoas que se ofereçam é padrão em pesquisas

São Paulo

​Não é verdade que pesquisador recusou entrevistar uma pessoa por ser eleitor de Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com o instituto, o jovem de vídeo se ofereceu para participar. Este gesto faz com que a entrevista seja cancelada.

O vídeo que circula nas redes sociais foi gravado na tarde deste sábado (27) em Niterói, Rio. No viral, um rapaz filma um pesquisador e diz “eu quero fazer pesquisa e não posso porque sou eleitor do Bolsonaro! Aí vem me dizer que o Bolsonaro tá caindo e que o PT está subindo!”.

O procedimento de não entrevistar pessoas que se ofereçam é padrão em pesquisas de opinião. “A premissa de qualquer pesquisa baseada na ciência estatística é que o entrevistado precisa ser ‘sorteado’”, diz o instituto.

No caso de pesquisas eleitorais os sorteios acontecem em três níveis diferentes. “Primeiro dividimos os municípios por porte e depois os sorteamos; na sequência, sorteamos os pontos onde serão feitos as entrevistas”, diz. “A terceira fase desse sorteio é justamente a escolha do entrevistado”.

O Datafolha tem cerca de 60 mil pontos de entrevistas registrados no Brasil, que reúnem informações sobre o fluxo de pessoas, perfil sociodemográfico e outras informações básicas para realizar uma pesquisa de opinião.

Os pesquisadores são orientados a levantar a cabeça e abordar a primeira pessoa que estiver transitando na sua frente, ou seja, uma escolha aleatória. Se houver recusa, ele prossegue até conseguir abordar outro entrevistado.

Além disso, os pesquisadores saem a campo com cotas de sexo e idade a cumprir. O procedimento tem como objetivo garantir que a amostra represente da melhor forma possível o perfil da população brasileira, compatível com dados do censo populacional e do eleitorado, conforme dados da Justiça Eleitoral.

“Para se certificar que estes procedimentos são seguidos, o Datafolha conta com equipes de checagem nas ruas e checagem eletrônica”, diz.

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