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25/05/2010 - 15h50

Em sabatina, presidenciáveis defendem reforma tributária

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DE SÃO PAULO

Em sabatina da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) com os presidenciáveis, José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) defenderam a reforma tributária.

Serra foi o mais afiado no discurso. Ele elevou o tom das críticas à sua adversária petista e ao governo Lula. Segundo o tucano, há "loteamento político" no governo federal. "A Infraero está loteada. Hoje, as agências reguladoras estão divididas entre partidos. Tudo está loteado."

O tucano afirmou que o governo federal não solucionou problemas de infraestrutura do país, apesar do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "Estão sendo resolvidos? Não duvido que haja boa intenção, mas está complicado", disse.

Sérgio Lima/Folhapress
Presidenciáveis José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva participam de sabatina da CNI, em Brasília
Presidenciáveis José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva participam de sabatina da CNI, em Brasília

"Falta planejamento, qualidade de gestão e falta capacidade para fazer sequenciamento dos investimentos segundo a ordem de prioridade", reiterou.

Serra rebateu Dilma no que diz respeito à alta dos juros no país. "Não entendi a explicação da Dilma quando ela defende a política cambial e de juros. Entra governo, sai governo, continuamos com os maiores juros do mundo", disse. O tucano afirmou que o Brasil é "campeão" por ter a maior taxa de juros do mundo.

Ele afirmou ainda que a taxa de investimento governamental, muito aclamada por Dilma, é irrisória. "Somos o penúltimo país na taxa de investimento. Só perdemos para o Turcomenistão."

Serra afirmou não ter entendido o que Dilma disse a respeito de tributação. Na Constituição, se consagrava a insenção de ICMS nas importações de manufaturados e qualquer coisa. "A ex-ministra falou contra isso, mas estava no projeto que ela apoiava."

"Eu li o diabo do projeto", disse o tucano sobre o projeto de reforma tributária do governo, que não foi para frente. "Eu fui um elemento importante para que essa ruína não fosse aprovada."

O tucano voltou a criticar a autonomia excessiva do Banco Central. "O Banco Central tem que se integrar na política do governo. Não há governo que funcione bem assim. A equipe é integrada." E repetiu a frase polêmica: "O Banco Central não é a Santa Sé".

Dilma

A petista, por sua vez, questionada sobre a situação tributária no país, afirmou ser "caótica". "Nós tentamos várias vezes encaminhar projetos de reforma tributária, mas a situação tributária é caótica. É caótica porque se sobrepõem legislação, níveis de incidência de impostos", afirmou.

Ela propôs a desoneração "completa" da cadeia de bens de capital. "A prioridade é desoneração e estímulo ao investimento, exportação e ao emprego."

A petista defendeu a desoneração na folha de salário. "Significa desonerar parte patronal, o que vai permitir o incentivo à formalização", disse.

Ela voltou a prometer a erradicação da pobreza extrema. "O piso da renda no Brasil tem que ser o piso da classe média."

Ela defendeu o corte de gastos na gestão pública. "Não é cortar gastos de custeio, mas cortar gastos que não são racionais para o país."

Dilma também fez uma crítica ao PSDB e Serra. Ela disse que havia um "apagão de planejamento" no país quando o PT assumiu o governo. "Não vou ficar falando sobre o apagão de planejamento, de projetos, que havia no governo. Nós superamos uma parte importante desses gargalos", disse. "Rompemos anos e anos de estagnação, desemprego e desigualdade."

Ela defendeu ainda um ministério específico para micro, pequena e média empresa do país. Segundo Dilma, a ideia seria implementada pelo presidente Lula --que adiou a medida em consequência da crise econômica. "Sem a política industrial brasileira, nós não alcançaríamos a formalização do trabalho", afirmou a petista.

Marina

Já Marina defendeu as reformas política e tributária e fez críticas ao governo do presidente Lula, ao ser questionada sobre licenciamentos ambientais na Amazônia.

"Não temos programa de infraestrutura para o Brasil, mas uma colagem de obras. O PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] não é um programa, mas uma gestão de obras."

Ela se comprometeu com a reforma tributária, mas "sem falsas expectativas". "Não é fácil, se fosse fácil já teriam feito." A pré-candidata disse ainda que hoje há um "apagão" logístico e de recursos humanos no Brasil.

Ex-ministra do Meio Ambiente, área com constantes conflitos com a empresarial, ela voltou a pregar que "temos que integrar meio ambiente e desenvolvimento em uma mesma equação".

Marina ainda mostrou as unhas aos seus concorrentes: "Se nós viemos para cá para dizer que tudo já foi praticamente feito ou que tudo pode ser feito praticamente sozinho, desse jeito a gente não mobiliza o melhor e o maior do Brasil: a capacidade criativa e inventiva".

A pré-candidata fez ainda menção ao "yes, we can" de Barack Obama, perguntando qual frase poderia, no Brasil, mobilizar de forma similar a população: "Se soubesse, já teria dito".

 

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