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03/08/2010 - 14h56

Ministros admitem ter levado informações do governo a Dilma

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MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Um almoço nesta terça-feira que reuniu 18 ministros do governo Lula e 38 senadores da base aliada se transformou num ato pró-Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência. O encontro aconteceu na casa do vice-líder do governo e líder do PTB no Senado, Gim Argello (DF).

No discurso durante o almoço, o presidente da Câmara e vice de Dilma, Michel Temer (PMDB-SP), disse que "a campanha nos Estados está com vocês. Estamos partilhando o pão e queremos partilhar o próximo governo". O áudio de Temer vazou e foi possível ouvir do lado de fora da Casa.

Ao deixar o local, Temer explicou que o discurso foi direcionado para os senadores. "Os ministros só podem ajudar atuando no governo", disse.

Os ministros José Gomes Temporão (Saúde) e Orlando Silva (Esportes) admitiram que se reuniram com a candidata do PT para levar informações e números do governo que podem ser explorados na disputa eleitoral. Os encontros teriam ocorridos aos fins de semana.

Segundo Temporão, a reunião com Dilma ocorreu há duas semanas e foi um balanço da gestão Lula. "Tive com ela no domingo retrasado, conversando, trocando ideias, passando um pouco do balanço do que foi feito na saúde do governo Lula. Acho importante para o país que a saúde esteja na agenda central dos candidatos e ela está", disse.

A estratégia da campanha de Dilma para o primeiro debate entre os presidenciáveis, marcado para quinta-feira na TV Bandeirantes, prevê a comparação das ações do governo Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para o setor, na tentativa de desgastar a imagem de bom gestor de seu principal adversário José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde entre 1998 e 2002.

O ministro dos Esportes se encontrou com a candidata no domingo. "Tive a oportunidade de conversar um pouco no domingo e senti que ela está muito preparada para esse debate, estudamos muito. A conversa foi um pouco do que fizemos ao longo dos sete anos e meio do presidente Lula. Ontem ela esteve em um evento no Rio de Janeiro no COB [Comitê Olímpico Brasileiro] e foi muito bem", disse.

O ministro Márcio Fortes (Cidades) disse que tem conversado com a ex-ministra em algumas oportunidades, mas minimizou a influência dos encontros na disputa eleitoral. "De vez em quando temos encontrado e inclusive estava outro dia com o presidente da República em Porto Alegre. Eu não tenho ideia do que ela vai falar, não discuti isso com ela, mas o ministério das Cidades tem projetos importantes para a população, como saneamento, habitação, mobilidade", disse.

Além de Temporão, Fortes e Silva, Dilma já teria tido conversas com Luiz Paulo Barreto (Justiça) e Paulo Bernardo (Planejamento). "Ela pelo menos não tem que ficar correndo atrás de dados", disse o secretário de Comunicação do PT, André Vargas.

Ao chegar para o encontro, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) se esforçou para negar o tom eleitoral do almoço e disse que se tratava de uma "confraternização" para discutir a pauta do Senado. Padilha disse que os ministros estão escalados para fazer campanha apenas no fim de semana.

"Os ministros vão fazer campanha nos fins de semana porque são atores políticos e uma forma de defender o governo é defender seus aliados", disse o ministro afirmando que o foco principal dos ministros é com o governo. "Todos têm contrato até o dia 31", completou.

A ministra Erenice Guerra (Casa Civil), substituta de Dilma, disse que sua participação na campanha é "dispensável" e que sua prioridade é garantir as ações de governo.

 

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