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25/08/2010 - 14h09

Campanha de Roriz foi financiada com dinheiro público, diz CPI da Corrupção

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FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O relatório final da CPI da Corrupção do DF, aprovado nesta quarta-feira, afirma que a campanha de 2002 ao governo de Joaquim Roriz (PSC), atual candidato ao governo, foi financiada com "desvio de dinheiro público" no embrião do que se tornaria o "mensalão do DEM".

"Tanto a eleição de Roriz em 2002 quanto a de Arruda em 2006 foram financiadas por recursos públicos desviados por esse esquema de corrupção. Na gestão de Roriz e Arruda regras mínimas de licitação foram solenemente ignoradas para saquear os cofres públicos", diz o relatório da CPI.

A CPI indiciou Arruda e Roriz nesta quarta-feira por formação de quadrilha e desvio de dinheiro público. O relatório da CPI afirma que a "gênese" do "esquema nefasto de corrupção" começou em 1999, quando Roriz era governador.

"O esquema revelado pela Caixa de Pandora foi uma imitação idêntica dos desvios de recursos públicos que levaram à reeleição de Roriz em 2002", afirma o documento.

O canal de desvio era feito pelo Instituto Candango de Solidariedade, que se valia de contratos superfaturados e sem licitação para conseguir propina de empresários --segundo a CPI. No governo Roriz, o instituto gastou R$ 1, 9 bilhão.

De acordo com o relatório, o "orçamento da Caixa de Pandora", ou seja, quanto o governo gastou em contratos suspeitos, soma R$ 4,2 bilhões, desde o governo Roriz.

"A lei de licitações foi desrespeitada. Houve contratos que foram pagos a mais, sem qualquer aditivo no contrato. Chegou-se ao absurdo de se pagar R$ 12 milhões para um contrato de R$ 6 milhões", afirma o relatório.

A CPI aponta sete provas de que Roriz participava do esquema de desvio. Entre as provas, há uma conversa telefônica em que o ex-governador acusa Arruda de "montar uma quadrilha para roubar o Estado."

Há também, entre as provas colhidas pela CPI, um decreto de Roriz para "burlar" a Lei de Responsabilidade Fiscal e contratos superfaturados a partir do Instituto Candango de Solidariedade.

"Admitir que um governador não sabia disso e nem se beneficiava disso é admitir o absurdo", conclui o relatório da CPI.

Segundo o coordenador da campanha de Roriz, Paulo Fona, o relatório é uma "jogada política". "Isso vem de um deputado do PT. A CPI ficou parada meses e agora aparece o relatório às vésperas da eleição. Como é que ele se esquece de dizer que os contratos do Instituto de Candango de Solidariedade começou no governo do PT?", disse.

De acordo com o assessor de Roriz, as contas da campanha de 2002 já foram investigadas. "Isso é uma mentira [que houve dinheiro público]. Isso já foi investigado e não houve nenhuma comprovação. isso é requentado", afirmou.

"FICHA-SUJA"

Roriz foi governador por quatro vezes e aparece em primeiro lugar nas pesquisas, com 41% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada no dia 13 de agosto.

O candidato foi considerado "ficha-suja" pelo Tribunal Regional Eleitoral, que barrou a candidatura porque Roriz renunciou ao Senado em 2007 para escapar de processo de cassação. Ele recorreu da decisão.

Roriz foi condenado também pelo Tribunal Regional Federal, que mandou o ex-governador devolver à União R$ 7,7 milhões por ter firmado contrato sem licitação para compra de caminhões do Corpo de Bombeiros. Ele vai recorrer.

 

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