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Ministro do STF diz que genro deve responder por negociação com Roriz
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MATHEUS LEITÃO
FELIPE SELIGMAN
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
O ministro do STF Carlos Ayres Britto afirmou que, em nenhum momento, se envolveu com a negociação feita entre seu genro e o ex-governador Joaquim Roriz. "Eu não tenho nada com isso. Meu genro, que é maior de idade, que responda por isso", disse à Folha.
Britto disse que seu genro, Adriano Borges, lhe contou a seguinte versão sobre o caso: que foi procurado pelo advogado da coligação de Roriz, Eládio Carneiro, para ajudar na defesa do ex-governador. Segundo o ministro, por "ambição e vaidade", Borges teria aceitado.
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Ainda de acordo relato do advogado ao ministro, Borges disse que o nome dele foi colocado à revelia no processo. A Folha apurou que Britto tem confidenciado a amigos que "não pode mais confiar no genro".
Ontem, por meio da assessoria, o advogado afirmou que, depois de convidado a defender Roriz, decidiu "atuar no caso porque acreditava na tese mesmo tendo consciência de que isso impediria a presença de Ayres Britto no julgamento". Adriano Borges disse ainda que se sente chantageado.
Segundo a assessoria de imprensa dele, "a gravação diz respeito ao dia 3 de setembro, antes de o ministro Carlos Ayres Britto ser designado relator" do Ficha Limpa e diz considerar que se trata de "tentativa de incriminação para prejudicar o ministro e o próprio judiciário".
"A leitura atenta dos vídeos mostra que a todo instante Adriano está se colocando como profissional disposto a executar trabalho específico de sua atividade, podendo-se ouvir claramente que ele não estava lá para causa impedimento, mas para trabalhar por acreditar na tese", diz a assessoria de Borges, alegando que o advogado, no final da conversa gravada, pede "taxativamente para retirar seu nome dos autos do recurso extraordinário".
Não é isso, no entanto, o que dizem os aliados de Roriz. Eládio Carneiro afirma que foi Borges quem ofereceu seus serviços para defender o ex-governador e mandou por e-mail os dados dele e da esposa para aparecer na lista de advogados do caso.
Além de alegar que foi o advogado que ofereceu seus serviços ao ex-governador, advogados ligados a Roriz prometem ir à Justiça contra o Britto, a filha e o genro. "Vou apresentar notícia crime por formação de quadrilha e tentativa de extorsão. O Supremo precisa se limpar por dentro", disse outro advogado de Roriz, Eri Varela.
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