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Amapá elege deputada suspeita de fraudar Bolsa Família
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HUDSON CORRÊA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)
Presa na operação Mãos Limpas da Polícia Federal e eleita deputada estadual do Amapá, com a segunda maior votação (9.660 votos), Marília Goés (PDT) é suspeita de fraudar programas sociais, incluindo o Bolsa Família.
A operação da PF, que investiga suposta cobrança de propina em órgãos públicos do Amapá, levou à prisão no dia 10 de setembro o governador do Estado, Pedro Paulo Dias (PP), candidato derrotado à reeleição.
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Também foi preso o ex-governador (2003 a abril passado), Waldez Góes (PDT), que disputou e perdeu vaga ao Senado. Ele é marido de Marília e, até a operação, tinha apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pedia votos na TV.
Com a investigação da PF, surgiram outras suspeitas como fraudes contra o Bolsa Família que, segundo a PF, eram comandadas pela Sims (Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social).
A Sims está atualmente sob comando de Denise de Nazaré, mulher do governador. Antes, era dirigida por Marília.
A PF diz que programas sociais dos "governos Estadual e Federal, como Bolsa Família", eram usados para atender pessoas que não se enquadravam na renda para obter o benefício.
Conforme a polícia, Marília mandava fraudar cadastros de programas sociais para beneficiar pessoas "em troca de favores" políticos. Até donos de carros e casa própria eram incluídos, disse a polícia sem relatar qual programa.
Para fraudar o Bolsa Família, Marília precisaria agir nas prefeituras do Amapá, que são responsáveis pelo cadastramento de pessoas, com renda per capita mensal de até R$ 140, aptas a receber o benefício.
O MDS (Ministério do Desenvolvimento Social) afirmou que só recebe informações da PF sobre suposta fraudes após a investigação ser concluída.
Procurada, Marília não telefonou de volta. Em programas eleitorais na TV, ela nega qualquer acusação.
A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do governo nos números de telefones informados pelo gabinete de Pedro Paulo.
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