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31/10/2010 - 20h00

Blindagem no Congresso não impediu polêmicas com Dilma no segundo mandato

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DE SÃO PAULO

Depois do presidente Lula ter apresentado Dilma como a "mãe do PAC", a oposição quis abalar a potencial candidatura da ministra tentando convocá-la para prestar depoimentos em CPIs e comissões do Congresso.

Só que a tarefa não era fácil. Sempre que pôde, o Planalto blindou Dilma Rousseff e coordenou a atuação da base aliada para impedir que ela fosse convocada, como ocorreu na CPI dos cartões corporativos, em março de 2008, sobre a confecção de um dossiê com gastos da família de FHC.

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A base também impediu que Dilma fosse convocada, em outubro de 2009, para depor na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado a respeito do suposto encontro com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e do pedido para "agilizar" as investigações sobre os negócios da família Sarney.

Além disso, numa rara ocasião na qual a oposição pôde confrontar Dilma Rousseff diretamente, o tiro saiu pela culatra.

Na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, em maio de 2008, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) tentou usar uma declaração de Dilma sobre a ditadura --que ela teria mentido muito-- para questionar se a ministra também iria mentir na comissão.

A resposta dela, entretanto, foi aplaudida pelos senadores governistas presentes à comissão e lhe rendeu ainda mais pontos com Lula.

"Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador", disse Dilma na ocasião.

POLÊMICAS

A blindagem do governo e as respostas duras de Dilma Rousseff não impediram que ela passasse por algumas saias justas.

Em junho de 2008, a ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu disse que a Casa Civil havia favorecido a venda da VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros.

Denise dizia então que Dilma a desestimulara de pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira dos três sócios (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a empresa, já que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias aéreas.

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A ex-diretora da Anac havia deixado o posto em agosto de 2007, em meio à CPI do Apagão Aéreo.

Um outro apagão também serviu de munição contra a petista: o blecaute do dia 10 de novembro de 2009.

A oposição tentou jogar no colo de Dilma Rousseff a responsabilidade pelo episódio, que só mereceu uma declaração da ex-ministra de Minas e Energia dois dias depois de ocorrido.

Em suas explicações, Dilma disse que o país não estava livre de blecautes, prometeu que não haveria mais racionamento e atribuiu o breu a causas climáticas :

"O que aconteceu é que o sistema foi submetido a uma situação muito grave de ventos, raios e chuvas. E com isso terminou tendo sido desligado. O sistema se protegeu, ele se desligou".

Dias depois, o Ministério de Minas Energia culparia um curto-circuito pela queda de três linhas de alta tensão e o desligamento de Itaipu.

GOVERNO SOB ESCRUTÍNIO

As duas bandeiras do governo --o PAC e o Minha Casa, Minha Vida-- não ficaram isentas de críticas.

Em março de 2010, a Folha revelou que o governo havia maquiado dados e escondido atrasos nas obras do PAC.

Três de cada quatro ações destacadas no primeiro balanço do programa não foram cumpridas no prazo original.

Além disso, muitas obras consideradas em prazo adequado tiveram o seu tempo de conclusão dilatado --o desfecho de algumas delas foi postergado para a gestão que se inicia em 2011.

Em agosto, reportagem da Folha mostrou que o Minha Casa, Minha Vida havia concluído menos de 2% do total de moradias contratadas para a faixa de renda de até três salários mínimos --fatia da população que concentra 90% do déficit habitacional do país.

 

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