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27/10/2010 - 10h38

PT-SP infiltrou 'voluntários', diz jornalista indiciado

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DE BRASÍLIA

O jornalista Amaury Ribeiro Jr. afirmou à Polícia Federal que "o grupo do PT paulista" infiltrou dois "voluntários" para monitorar o que se passava dentro da casa usada pela equipe de imprensa do PT na pré-campanha da petista Dilma Rousseff.

De acordo com o relato do jornalista à Polícia Federal, em depoimento anteontem, esse grupo é liderado pelo deputado estadual Rui Falcão, coordenador de comunicação da campanha de Dilma à Presidência.

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O jornalista disse ainda, sem citar nomes, que foram os dois "militantes ligados ao PT" que teriam vazado informações sigilosas em abril e maio deste ano.

Amaury, que atualmente trabalha na TV Record, foi indiciado na segunda-feira sob acusação de participar da quebra de sigilo de pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.

A Folha revelou em junho que dossiê com dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, circulou na pré-campanha de Dilma.

Amaury era ligado ao "grupo de inteligência" montado na pré-campanha petista por Luiz Lanzetta, amigo do jornalista.

Lanzetta se afastou da pré-campanha depois da acusação de que um novo "grupo de aloprados" preparava dossiês contra tucanos.

Na época, Lanzetta negou as acusações. Admitiu apenas que buscava montar uma equipe para identificar quem vazava dados de dentro do comitê petista.

Agora, em depoimento à Polícia Federal, Amaury disse ter certeza de que "a cúpula do PT paulista era responsável" pelos vazamentos.

Ontem, Rui Falcão preferiu não comentar o novo depoimento de Amaury, alegando já ter se manifestado sobre as declarações do jornalista. O deputado petista negou, em declarações anteriores, as acusações de Amaury Ribeiro Jr..

ENCONTRO EM MAIO

Na sexta, o despachante Dirceu Garcia voltou a depor na Polícia Federal e disse que foi procurado por Amaury em maio, quando saiu a primeira reportagem sobre o "grupo de inteligência".

Dirceu foi o responsável por entregar a Amaury, no fim de 2009, os dados das quebras de sigilo. Ele disse que cobrou R$ 700 para cada cópia, totalizando R$ 8.400.

Segundo o depoimento de Garcia, meses depois da entrega dos dados, Amaury lhe procurou oferecendo dinheiro. Ao dizer que precisava de R$ 2.000, ouviu do jornalista "que era pouco e que daria R$ 5.000", num encontro em São Paulo entre 2 e 4 de setembro. Amaury nega.

Amaury disse à PF que conhece o despachante, que fazia serviços para ele na Junta Comercial de São Paulo. No depoimento, contudo, afirmou não se recordar dos valores gastos com os levantamentos e não respondeu sobre a forma de pagamento.

O jornalista foi questionado sobre declaração de Dirceu, que afirmou ter recebido de Amaury um pedido, em 2009, para preencher um recibo de R$ 300 pelos serviços prestados, em nome do jornal "Correio Braziliense", do grupo Diários Associados.

Repórter de jornal do mesmo grupo, Amaury disse que "não se recorda de tal fato".

SEM RESPOSTAS

Amaury preferiu o silêncio na maioria das perguntas, principalmente quando a PF quis saber a serviço de quem ele investigava os tucanos e quem pagou pelas despesas com viagens e documentos, em especial no período em que os sigilos de pessoas ligadas a Serra foi quebrado.

 

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